Valor Econômico: lucro do Panamericano cresce 43,5%

Valor Econômico
Maria Christina Carvalho, de São Paulo

Embalado pelos bons resultados dos primeiros nove meses do ano e pelos instrumentos criados pelo Banco Central (BC) para estimular a liquidez, o Banco Panamericano não vai mudar a estratégia neste fim de ano. “A idéia não é acelerar. Mas vamos continuar operando todas as linhas, com prazo menor e spread maior. Vamos substituir a escala por um ganho maior”, disse diretor financeiro e de relações com investidores do banco, Wilson de Aro.

Instituição do grupo Silvio Santos, o Panamericano teve um lucro de R$ 66,6 milhões no terceiro trimestre, acumulando R$ 226,4 milhões em nove meses. O resultado do terceiro trimestre é 25,6% inferior ao do segundo, devido basicamente ao aumento da conta de outras despesas operacionais. Essa conta passou de R$ 4,3 milhões no segundo trimestre para R$ 26,6 milhões no terceiro, com o aumento das provisões para desvalorização de bens de uso não próprio de R$ 15 milhões, devido ao crescimento sazonal de veículos apreendidos, e à devolução de valores relativos à taxa de liquidação antecipada de contratos (TAC), de R$ 7,6 milhões. Ainda assim, o resultado de nove meses é 43,5% superior ao do mesmo período de 2007. O retorno anualizado ficou em 22,3%.

Segundo Aro, o fim do terceiro trimestre já mostrava uma “produção mensal declinante, quer pela liquidez, quer pela retração do consumo”. O banco, disse, privilegiou os ativos de qualidade e a liquidez. A produção média mensal de novos financiamentos ficou em R$ 827 milhões durante o terceiro trimestre, com crescimento de 3% sobre o segundo e de 30% em doze meses.

Ainda assim, a carteira de crédito total chegou a R$ 9,5 bilhões, com expansão de 48% em relação ao mesmo período anterior e de 9,5% em relação ao segundo trimestre. O percentual de operações com atraso acima de 60 dias era de 9,9% da carteira em setembro. Um ano antes era de 8,6%.

A linha que puxou a expansão da carteira foi de financiamento e leasing de veículos principalmente, o que reflete a estratégia do banco em expandir os negócios com ativos com garantias (alienação fiduciária, reserva de domínio e consignação em folha de pagamento) que representam 84,7% da carteira de crédito.

O Panamericano recorreu às vendas de carteira para melhorar a liquidez. Segundo relatório do banco, “o caixa apresentou uma piora em relação a 30 de junho, basicamente devido a vencimentos de depósitos a prazo concentrados nos últimos dias do mês cujas renovações não ocorreram em função do agravamento da crise de liquidez no mercado financeiro”. Isso levou o caixa – aplicações compromissadas, interbancário e títulos públicos – a fechar em setembro em R$ 162,168 milhões. Ao final de outubro já havia melhorado, atingindo R$ 526,8 milhões. Os depósitos a prazo caíram de R$ 2,181 bilhões em setembro para R$ 1,568 bilhão em outubro.

Em outubro, o Panamericano obteve R$ 1,2 bilhão em cessões de créditos para fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) e instituições financeiras , dos quais R$ 850 milhões em vendas de carteiras. As carteiras cedidas são de consignado. As emissões externas, integralmente hedgeadas, representam 8,9% do funding total.

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