Unidade e mobilização garantirão novas conquistas em 2012, diz Contraf-CUT

Carlos Cordeiro faz projeções para o ano novo em entrevista exclusiva

O funcionário do Itaú Unibanco e presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, o Carlão, concedeu uma entrevista exclusiva neste final de ano, fazendo um balanço das lutas e conquistas dos bancários em 2011 e projetando desafios e novas jornadas para 2012. Ele destacou a importância da unidade nacional e da mobilização da categoria para garantir novos avanços para os trabalhadores.

Carlão, que também é coordenador do Comando Nacional dos Bancários e presidente da UNI Américas Finanças, chamou atenção para o problema do emprego, diante da política de rotatividade dos bancos, a necessidade de debater o sistema financeiro com a sociedade e o valor da saúde dos trabalhadores.

O sindicalista ressaltou ainda o papel dos dirigentes sindicais. “Eles precisam se tornar referência para os trabalhadores nas principais questões, como as reformas tributária, política e do sistema financeiro”, apontou. “A Contraf-CUT tem a responsabilidade de auxiliar nessa tarefa, qualificando-os para intervenções cada vez mais decisivas no debate social”, disse.

Leia os principais trechos da entrevista concedida aos jornalistas Nicolau Soares e Renata Bessi na tarde da última quarta-feira (21), na sala da presidência da Contraf-CUT, no centro de São Paulo:

Que balanço você faz da Campanha Nacional dos Bancários de 2011?

Conseguimos avançar e consolidar conquistas na questão econômica, como o aumento real de salario, importante para a ampliação do poder de compra da sociedade, e melhorias na PLR. Mas avançamos também em outros pontos, especialmente saúde e segurança bancária, com a não publicação dos rankings individuais de metas, a possibilidade de o bancário avaliar o profissional que aplica o exame médico periódico e os avanços, mesmo que pequenos, na segurança bancaria.

Foi a consolidação de um modelo de negociação que conseguiu conquistas econômicas e sociais da nossa pauta de reivindicações, bem como vitórias políticas, quando desmontamos a tese equivocada de que a ameaça de inflação não permite aumento real de salário.

Quais as principais barreiras derrubadas?

A grande barreira que derrubamos, e que foi o maior destaque da campanha, foi sair com aumento real de salário numa situação de inflação considerada alta. Isso foi fundamental não só neste momento, mas para campanhas futuras. O argumento central para essa campanha, falado desde o começo do ano, era o de que não poderíamos ter aumento real porque isso alimentaria a inflação.

Se os trabalhadores do setor financeiro – o mais lucrativo da economia brasileira – não tivessem conquistado aumento real, isso teria impacto em todas as outras categorias. Éramos a bola da vez. Houve toda uma atuação do governo federal, do Banco Central e dos bancos, através da Fenaban, com pressão junto à opinião pública nesse sentido, de que não poderíamos ter aumento real.

Mas não só consolidamos o aumento real para os bancários, como ficou a referência para as outras categorias e a sociedade de que precisamos de aumento real nos salários para o Brasil crescer com distribuição de renda. Esse era o grande desafio colocado. Se não vencêssemos, teria impacto inclusive nas campanhas futuras.

Qual o papel da mobilização dos trabalhadores nesse contexto?

Se nós avançamos na parte econômica, nas questões de saúde, na conquista de mais contratações na Caixa, na segurança e na questão política, com a consolidação do aumento real, isso tudo só foi possível por dois fatores: a unidade nacional, fundamental para consolidar esse modelo de campanha, e o aumento do grau de mobilização da categoria. Dessa forma, fizemos a maior greve dos últimos 20 anos, com quase 10 mil agências fechadas em todo o país. A unidade e mobilização foram determinantes para isso.

Houve diferença na postura dos bancos nessa campanha?

Os bancos trabalham muito com a conjuntura. No ano passado, com a conjuntura eleitoral, tentaram criar um vínculo entre nossa campanha e a eleição. Nesse ano, de 2011, eles viram a conjuntura econômica, com a crise externa e a inflação.

Tentaram se aproveitar desse debate para nos impor uma derrota. Por muito pouco não levaram a solução da campanha para o TST (Tribunal Superior do Trabalho) – o que o Banco da Amazônia fez, assim como também aconteceu na greve dos Correios. Os bancos esticaram a corda e tentaram nos derrotar.

O impressionante foi a resposta madura dos bancários e dos sindicatos, que aumentaram a mobilização. A categoria teve uma sabedoria muito grande de aumentar gradativamente a greve e derrotar os bancos.

Houve avanços nas mesas temáticas esse ano?

Conseguimos retomar mesas permanentes nas vésperas da campanha, num esforço da Contraf-CUT. Ficamos um ano sem reunir as mesas de saúde e igualdade, por exemplo.

O principal avanço que tivemos foi a retomada. Nas discussões, tivemos avanços pequenos, mas também desdobramentos durante a campanha, com nas áreas de saúde e segurança.

E para 2012, quais os desafios das mesas temáticas?

Nosso desafio para 2012 é começar o ano implementando tanto as quatro mesas temáticas com a Fenaban (saúde do trabalhador, igualdade de oportunidades, terceirização e segurança bancária) quanto às específicas com cada banco.

Vamos tratar temas importantes para a categoria. Não só remuneração, como a discussão de plano de cargos e salários também nos bancos privados, mas também de saúde, condições de trabalho, segurança e previdência complementar.

Qual é o grande problema da categoria?

O grande problema hoje é o emprego, e as condições de trabalho. Como enfrentar a rotatividade, que eu chamo de jabuticaba, porque só existe no Brasil neste nível. É uma vergonha, uma violência praticada pelas empresas, e em especial pelos bancos, para reduzir custos: trocam de trabalhador para baixar o salario médio. Em outros setores no Brasil também há rotatividade, mas o salário não cai como nos bancos.

Os bancos são o setor que tem a maior diferença salarial entre demitidos e contratados. No caso do Itaú e Santander, não é apenas a rotatividade, mas houve também a redução de postos de trabalho em 2011, mesmo com grandes lucros. Se o Bradesco contrata por que o Itaú demite? Por que o Santander, mesmo tendo aqui 25% do seu lucro mundial, continua demitindo? Isso não faz sentido.

Outro grave problema são as condições de trabalho nos bancos, sobretudo o assédio moral e as metas abusivas, que têm trazido estresse, adoecimento de milhares de trabalhadores e pedidos de demissão.

Como mudar essa situação?

O Brasil é hoje a sexta economia do mundo, mas é o décimo pior em distribuição de renda. Temos que fazer uma disputa muito grande na sociedade, que passa pela reforma tributária, para discutir o tamanho do Estado; a reforma política, para debater qual Congresso vai nos representar; e a reforma do sistema financeiro. Isso nas questões macro.

Nas negociações com os bancos, não tem como o Itaú, que se diz maior banco do Hemisfério Sul, pagar piores salários no Brasil do que em outros países mesmo da América Latina, ainda mais num momento de crescimento do país, com a Copa do Mundo, Olimpíadas. É importante melhorar salários, dar proteção ao emprego. Nas questões de saúde, é preciso discutir as metas abusivas, debater o futuro dos bancários, com a previdência complementar para todos, e principalmente mais contratações.

O sistema financeiro é o setor da economia que mais lucra no Brasil. Por quê?

O lucro dos bancos vem de quatro fontes. Primeiro: 25% vem, em média, da remuneração de títulos públicos, pagos com nossos tributos. Tira-se dinheiro de programas sociais para pagar a dívida pública. Outros 25% vem das tarifas bancárias, que antes cobriam cerca de 30% da folha de pagamento dos bancos e hoje cobrem, em média, 170%.

Outra parte vem das seguradoras, que são dos bancos. E a última parte
vem de onde deveria vir, ou seja, da intermediação financeira, que é a função do sistema financeiro. E essa vem do spread bancário, que é altíssimo. O grande desafio é baixar os juros, que são muito altos em relação ao resto do mundo.

A sociedade sabe disso?

É necessário discutir essa questão, e daí vem a necessidade da Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro, justamente para discutirmos que banco temos hoje e que banco queremos. As fusões entre Itaú e Unibanco, Santander e Real, por exemplo, tiveram consequências péssimas para a sociedade: reduziram emprego, fecharam agências, aumentaram tarifas e juros. Quem teve vantagem foram os bancos, que aumentaram os lucros.

Qual a principal diferença entre a bancarização, pregada pelos bancos, e a inclusão bancária, defendida pelos bancários?

Temos que discutir qual o papel dos bancos. Está colocada a questão da bancarização proposta pelos bancos frente à universalização dos serviços bancários que defendemos. Se o banco é uma concessão pública, todo cidadão tem o direito de ter uma conta. Por que só pode ter a partir de certa remuneração?

Por que só a partir de certa renda o cliente pode ser atendido na agência e o resto é empurrado para as lotéricas? Todo cidadão tem o direito de ter conta e não pode ser discriminado. E todo atendimento deve ser feito por bancário – sem atendimento de segunda ou terceira categoria.

Isso passa pelo debate dos correspondentes bancários, que são uma terceirização porca para reduzir custos dos bancos – os trabalhadores dos correspondentes ganham, em média, um terço do salário de um bancário.

Tivemos uma intervenção boa no Congresso Nacional sobre este tema e vamos ter que qualificar essa intervenção para combater o modelo de exclusão feito pelo sistema financeiro e pelo governo.

Estamos conversando com a CNBB, a CUT e outras entidades para fazer essa discussão com toda a sociedade sobre a necessidade da conferência nacional do sistema financeiro.

A sociedade tem dificuldade de se apropriar desse debate sobre o sistema financeiro?

É um debate muito distante de todo mundo, parece complexo e as pessoas se afastam. Mas na verdade não é. Tem um serviço que deve ser prestado pelos bancos. A sociedade desconhece que nossos impostos estão remunerando os lucros dos bancos.

A Contraf e a CUT precisam se esforçar para popularizar esse debate. A sociedade está distribuindo dinheiro para os bancos por meio dos títulos públicos. O que se gasta anualmente com juros da dívida é equivalente a 18 vezes o orçamento do Bolsa Família. Se perguntarmos para a sociedade, o que ela responderia sobre a “transfusão de sangue” dos recursos dos trabalhadores para o bolso dos banqueiros?

Na questão do crédito, o que está colocado hoje é o modelo Casas Bahia. Você financia e paga a prazo – mas no final está pagando três geladeiras, três carros. Precisamos fazer uma cartilha, um gibi, mostrando que os bancos estão tirando dinheiro da sociedade. Mostrar que o Santander e o HSBC, por exemplo, cobram juros de 7% ao ano em seus países de origem e aqui cobram 70%. Não é à toa que agora o Santander diz que pretende tirar 30% do lucro do Brasil. Aqui eles podem cobrar esses juros, mas lá fora não, lá a sociedade está mais atenta.

Além disso, falta solidariedade entre as entidades da sociedade civil. Cada um fica preocupado com sua área, mas o debate do sistema financeiro vale para toda a sociedade, não é uma questão corporativa de bancário. Ele afeta o emprego, o desenvolvimento. Precisamos convencer outros atores da sociedade civil da importância de uma conferência sobre o tema e de mudar o papel dos bancos. Não há desenvolvimento econômico e social sem a atuação dos bancos públicos e privados, fomentando crédito justo e direcionado para a geração de melhores empregos e renda.

Qual a proposta dos bancários para tornar o sistema financeiro mais justo?

A regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, proposta
que está desenhada há algum tempo e tem inclusive um projeto no Congresso. Queremos regulamentar o sistema financeiro com democratização e controle da sociedade.

Uma das coisas importantes é que todo mundo tenha direito a ter conta em banco. Que haja crédito direcionado para o desenvolvimento, para gerar empregos. Não adianta pegar crédito, que é dinheiro público, e os bancos emprestarem para uma empresa desmatar a Amazônia, fazer fusão de empresas que fechem postos de trabalho, projetos que não gerem empregos nem renda. Queremos que os recursos sejam canalizados, carimbados para o desenvolvimento.

Defendemos também a ampliação do Conselho Monetário Nacional, com a
participação da sociedade civil e dos trabalhadores. É ali que se define a politica monetária, a taxa de juros e hoje só se olha a inflação, não se olha para a geração de empregos, o aumento do crédito. Queremos participar e garantir contrapartidas sociais na definição dessas políticas macroeconômicas.

Queremos que o Congresso crie a Comissão Parlamentar Mista do Sistema Financeiro. Podemos não concordar com os parlamentares que lá estão, mas eles representam a sociedade e é importante que haja uma comissão para fiscalizar o sistema financeiro. Queremos definir claramente que o papel dos bancos, e não só dos bancos públicos, é fornecer crédito para o desenvolvimento.

Por que o salário dos trabalhadores, que é depositado nos bancos
privados, tem que ter destino diferente do salário de um trabalhador de banco público? Os bancos públicos devem liderar esse processo de direcionamento do crédito com juros baixos, pressionando os privados nessa direção. É um absurdo os bancos federais e privados cobrem essa taxa altíssima de juros. Queremos bancos servindo à sociedade e não se servindo dela.

Qual o papel do Banco Central nesse contexto?

Ele poderia ter outro papel. Ao contrário do que prega a grande mídia, defendemos que o BC tem que ser dependente da sociedade e não do mercado. O que vemos hoje é um BC voltado para o sistema financeiro. As medidas tomadas são para os bancos – o correspondente bancário, por exemplo, que foi feito na surdina e tomando o lugar do Congresso Nacional. O BC hoje é o sindicato nacional dos bancos no Brasil.

Temos que enfrentar esse debate e acabar com esse modelo de BC. O papel é fiscalizar e punir os maus gestores do sistema financeiro, ouvir a sociedade e fazer uma política de universalização dos serviços bancários, além de reduzir o spread e promover o crédito, ou seja, tudo na contramão do que ele vem fazendo.

Até caíram os juros, mas o spread bancário se mantém altíssimo. Por que o BC não enfrenta os bancos? Isso é um cartel e é papel dele enfrentar. A Selic caiu, foi aprovada a Lei de Falências, a inadimplência caiu, todas as condições colocadas para a queda do spread aconteceram – e o spread não baixou, assim como as tarifas não caíram. O BC tem que enfrentar essa situação.

Houve avanços na internacionalização da luta dos bancários?

Olhando a categoria, tivemos alguns avanços. Conseguimos um acordo marco global com o Banco do Brasil, através da UNI Sindicato Global, com apoio da Contraf-CUT. Ele garante que todos os trabalhadores do BB nas Américas e nos demais continentes tenham direito a se organizarem em sindicatos, com negociação coletiva e sindicalização, ou seja, os princípios estão garantidos. Nos EUA, por exemplo, hoje bancos não permitem que os bancários tenham um sindicato. Nesse sentido, o acordo é importante.

Na questão das redes sindicais internacionais de cada banco, tivemos avanços importantes. Começamos, mesmo que timidamente, um processo de negociação com os bancos, realizando reuniões com Itaú, HSBC, BB e Santander. Em outros momentos isso não era possível. Havíamos avançado muito na organização dos bancários, com as redes sindicais de cada banco e neste ano, conseguimos que os bancos tivessem um diálogo com essas redes.

Estamos ampliando a organização com as jornadas internacionais de luta, com processos de troca de informações sobre cada país. Tenho certeza de que em 2012 teremos mais avanços

A crise financeira interferiu nesse processo?

É um trabalho anterior à crise internacional. As crises são cíclicas, entram e saem. A crise na Europa não tem consequência na América Latina ainda, os bancos estão bem, com altos lucros. Mas temos também debatido a importância de sermos solidários com os trabalhadores dos países da Europa que estão sendo atingidos por esses problemas.

Como tem sido a relação com o Congresso Nacional?

Foi um campo em que avançamos nesse ano. Fizemos uma reunião com parlamentares bancários e apresentamos nossas preocupações para o momento, como as questões dos correspondentes bancários, da segurança, da regulamentação do artigo 192 que trata do sistema financeiro, e da terceirização. Depois, por conta da conjuntura, o debate ficou focado nos correspondentes.

Vários parlamentares apoiaram nossas demandas, em especial os deputados Ricardo Berzoini (PT-SP) e Cláudio Putty (PT-PA), que se mobilizaram nas discussões dos correspondentes e da Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro. Faremos em 2012 outro encontro com os parlamentares e queremos ampliar, fazer um caderno com os principais projetos de lei correndo no Congresso que queremos acompanhar.

Queremos levar em 2012 a proposta da Conferência Nacional do Sistema Financeiro para a presidenta Dilma Rousseff. Temos que ampliar nossas relações institucionais com o parlamento e o Executivo.

Quais as perspectivas da Contraf-CUT para 2012?

A partir dessa conjuntura, acho que os sindicatos de bancários têm que ocupar espaço junto com as centrais e se tornarem de fato referências dos trabalhadores.

Se não aproveitarmos este momento de crescimento econômico e da renda do trabalhador, vamos ficar para trás. Temos que ser a referência na discussão da reforma tributária, da reforma política, da reforma do sistema financeiro e na disputa de renda que teremos daqui pra frente. Temos que disputar outro patamar de emprego, que passa pelo debate da terceirização que está ocorrendo no Congresso.

Não basta apenas resistir e lutar contra, mas buscar outro modelo que dê ao trabalhador seguranca e estabilidade no emprego. Isso passa por acabar com a terceirização e com a rotatividade e colocar medidas de combate às demissões. Será um ano de muita luta e acho que nossos sindicatos estão preparados para essa disputa. Temos que ter intervenções mais qualificadas, talvez.

E o 3º Congresso da Contraf-CUT que deve ocorrer até meados de abril?

O congresso vai definir a estratégia para os próximos três anos e quais os temas mais importantes. O tema da saúde será central para os trabalhadores e vou defender no congresso da Contraf-CUT que seja o ano da saúde dos bancários.

Não podemos só olhar a questão econômica. Precisamos ter avanços nessa questão da saúde. Será inclusive o tema da Campanha da Fraternidade da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) e vamos fazer esse debate interno.

Eu pessoalmente acho que devemos aprender com a Campanha da Fraternidade e escolher um tema para trabalhar o ano inteiro com os trabalhadores. Fazer estudos sobre o tema, convidar a academia, realizar debates, produzir materiais, revistas, livros. Se ficarmos o ano inteiro com o tema, criaremos uma base muito mais sólida para transformar a situação que a gente vive.

Acho que temos que nos articular mais com a sociedade. Não podemos olhar só para o nosso umbigo. Se estivermos articulados, nossa chance de mudar é muito maior.

Que ações a Contraf-CUT deverá realizar no próximo ano?

A Contraf-CUT tem que se aproximar ainda mais dos sindicatos e dos dirigentes sindicais. Dar condições para que a nossa intervenção seja mais qualificada. Para isso, investimos pesado na formação sindical, na elaboração de documentos, como os Cadernos Contraf, e vamos ter que aprofundar isso. Não só continuar, mas fazer mais e melhor. Talvez tenhamos cursos de especialização em temas importantes.

Acredito que os dirigentes sindicais precisam se especializar para ter intervenção mais incisiva na sociedade. Temos um exército de quase 5 mil dirigentes no País e temos que contribuir para que eles tenham intervenção mais qualificada. Os empresários se organizam, os bancos também, e temos que ter organização ainda maior para atingir os nossos objetivos.

Só vamos ser referência para os trabalhadores se levarmos esses debates de dentro para fora dos sindicatos. Os dirigentes têm que estar engajados nessas grandes reformas necessárias, estar mais qualificados para ganhar essa disputa sobre que o tipo de país que precisamos.

Esse processo de formação já deu resultados nesse período?

É perceptível que alguns companheiros que participaram desse processo mudaram sua maneira de atuar. Passaram a procurar outros horizontes, articular com outras entidades, ocupar espaços dentro das suas entidades e isso é fundamental.

Para terminar, qual é a mensagem que você deixa aos bancários e às bancárias para 2012?

Vivemos um momento de grandes oportunidades em nosso país. A unidade, a mobilização e a solidariedade entre os trabalhadores de diversas categorias serão elementos centrais para vencermos os desafios em 2012, com mais e melhores empregos e com distribuição de renda. Desta forma, conseguiremos transformar este momento que o Brasil vive de crescimento econômico em desenvolvimento com inclusão social para todos e todas.

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