UNI Américas aprova moção contra o golpe e em defesa da democracia no Brasil

A 18ª Reunião do Comitê Executivo de UNI Américas, nesta quinta-feira (7), em Montevidéu, definiu o plano setorial da entidade para período 2016-2017.  A UNI Américas é o braço continental da Uni Global Union, sindicato que reúne entidades de diversas categorias profissionais de 140 países. Durante o encontro no Uruguai, a UNI Américas aprovou uma moção de apoio à democracia brasileira e que rechaça o golpe institucional, que está em curso no Brasil.

O documento, apresentado nas três línguas de UNI Américas – português, inglês e espanhol- será difundido em todos os países com afiliados nas Américas. Destaca que os países das Américas têm assistido com apreensão a ameaça de golpe que as instituições democráticas brasileiras vêm enfrentando. A moção também ressalta os avanços sociais, trabalhistas e sindicais, durante os governos Lula e Dilma, como a política de valorização do salário mínimo, a legalização das centrais sindicais e programas como o Bolsa Família e o Minha casa Minha Vida. 

O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, fez uma explanação sobre acontecimentos recentes no País, referindo-se, principalmente, ao golpe preparado pela mídia, partidos de oposição, parcela do Judiciário e da Polícia Federal. Mas em contraponto à tentativa de retrocesso, ele ressaltou a importante mobilização dos trabalhadores brasileiros. 

“ O diferencial da eleição da presidenta Dilma Rousseff é a força da classe trabalhadora.  Este é o pilar central de sustentação de seu mandato, e principal agente de mobilização contra o golpe sob a liderança da CUT. Aproveitamos para agradecer, aqui, a participação dos companheiros das Américas na campanha internacional contra o golpe, com envio de fotos de dirigentes dos países das Américas e o vídeo institucional com o secretário-geral da UNI Global Union, Philip Jeannings. Apoios fundamentais”, afirmou Roberto von der Osten. 

A delegação da Contraf-CUT ainda contou com a participação do secretário de Relações Internacionais, Mario Luiz Raia; da secretária da Mulher, Elaine Cutis; e da presidenta Mundial de UNI Finanças e Diretora Executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa. 

Também foi discutida a situação política na Argentina com a instalação do governo neoliberal de Mauricio Macri, que em menos de quatro meses provocou o empobrecimento, promoveu milhares de demissões e a retirada de direitos dos trabalhadores.

Plano setorial 2016-2017

O Comitê Executivo de UNI Américas fez uma avaliação do programa desenvolvido em 2015, com destaque para a as campanhas de criação de sindicatos na Colômbia, e campanhas nas empresas Walmart e Prosegur.  As duas multinacionais sempre adotaram uma política francamente antissindical, sem participação dos trabalhadores. Mas o trabalho da UNI Américas tem conseguido romper barreiras e avançar nas negociações coletivas. O objetivo ainda é assinar acordos globais com as empresas, para que os trabalhadores tenham seus direitos garantidos, com sindicatos fortes. 

Marcio Monzane, dirigente da FETEC-SP, bancário do Santander, e atual Chefe Mundial do Setor de Finanças da UNI , falou sobre o trabalho realizado na organização dos trabalhadores do setor financeiro nos EUA e destacou a atuante participação da Contraf- CUT, Sindicato dos Bancários de São Paulo e CWA , que assinaram um Termo de colaboração em 2012, e posteriormente a La Bancaria, da Argentina, que se juntou ao projeto em 2014.

 “A campanha está bastante avançada em vários estados com muitas ações sindicais com envolvimento da comunidade nos Bancos BoFA, Wells Fargo, Citybank e US Bank e em negociações com os Bancos estrangeiros Banco do Brasil , em processo de renovação do Acordo Marco Global,  e com os Bancos Santander e BBVA em início de campanha”, ressaltou Monzane. 

O trabalho dos sindicalistas brasileiros do setor financeiros também recebeu elogios do presidente da UNI Américas, Ruben Cortina, o qual definiu como  “um trabalho fascinante, pois no início não se via este empreendimento com muita chance de sucesso”. A secretária regional de UNI Américas, Adriana Rosenzveig, também destacou a proximidade da assinatura de renovação do Acordo Marco com o Banco do Brasil, que garante aos bancários do banco brasileiro, que trabalham em qualquer país das Américas, os direitos fundamentais previstos nas declaraçôes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre eles o de sindicalização, o de livre organização sindical e o de negociação coletiva.

Ao final dos trabalhos, Marcio Monzane foi indicado, por unanimidade, para o posto de Secretário Regional de UNI Américas, cuja eleição se dará de 7 a 9 de dezembro de 2016, na 4ª Conferência a Regional UNI Américas na cidade de Medellín, Colômbia. Ruben Cortina foi indicado para reeleição como presidente.

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