UBS vai pagar US$ 1,5 bilhão por escândalo de manipulação da Libor

Dow Jones Newswires

O UBS tornou-se o segundo banco a chegar a um acordo para encerrar acusações de que tentou fraudar taxas de referência de empréstimos interbancários, concordando em pagar aproximadamente US$ 1,5 bilhão em uma negociação junto às autoridades de vários países que apontaram para um amplo escândalo de manipulação.

Como parte do acordo, o UBS admitiu que vários de seus empregados estiveram envolvidos em esforços amplos para manipular a taxa interbancária de Londres (Libor), assim como outras taxas de referência que, juntas, serviam de base para trilhões de dólares em contratos financeiros em todo o mundo.

Nesta quarta-feira (19), as autoridades divulgaram um retrato de procedimentos “de rotina e difundidos” realizados por funcionários do UBS para fraudar a Libor e a taxa europeia de empréstimo interbancário (Euribor). A autoridade de serviços financeiros do Reino Unido (FSA, na sigla em inglês) informou que identificou mais de 2 mil atos desse tipo entre 2005 e 2010, com a participação ou consentimento de ao menos 45 operadores e executivos do UBS.

Em adição, a FSA diz que o UBS envolveu outras instituições financeiras em esforços conspiratórios para manipular as taxas. Entre outras coisas, o banco suíço fez “pagamentos corruptos de corretagem” a instituições intermediadoras para recompensá-las pela ajuda em processos de manipulação envolvendo outros bancos. O UBS reconheceu o resultado das investigações.

A unidade japonesa do UBS, onde ocorreu boa parte das iniciativas ilícitas, foi declarada culpada em uma acusação de fraude nos Estados Unidos. Autoridades judiciais americanas devem prender pessoas ligadas ao UBS, segundo pessoas próximas do caso.

Até esta quarta-feira, somente o britânico Barclays havia entrado em um acordo com as autoridades pela fraude na Libor. Em junho, o banco pagou cerca de US$ 450 milhões para encerrar as investigações. Com a reputação manchada pelo envolvimento de executivos seniores no caso, o presidente-executivo e o presidente do conselho do Barclays renunciaram à época.

A multa que o UBS está pagando é mais que o triplo da acertada pelo banco britânico. Parte disso se deve à convicção das autoridades de que a instituição financeira suíça estava próxima do centro do escândalo, com seus empregados conspirando com outros bancos a manipulação de taxas, conforme a opinião de pessoas consultadas na investigação.

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