Subsidiária do Banco Rural em Portugal vai a leilão neste mês

Valor Econômico
Por Carolina Mandl

Uma série de ativos do Banco Rural, que teve sua liquidação decretada pelo Banco Central em agosto, está sendo colocada à venda com o objetivo de levantar recursos para os credores do banco.

Ontem, um edital assinado por Osmar Brasil de Almeida, liquidante do Rural, anunciou que a subsidiária do banco em Lisboa, o Banco Rural Europa, será submetida a uma espécie de leilão.

O preço mínimo a ser oferecido pelos interessados é de R$ 95,49 milhões, mais um sinal de US$ 50 mil. Segundo o edital, os R$ 95,49 milhões correspondem aos R$ 128,4 milhões de patrimônio líquido que o Rural Europa tem menos um ajuste de R$ 32,9 milhões.

O documento informa que a dedução se refere “à expectativa de recebimento, a valor presente, de 36,72% dos créditos da instituição junto ao licitante”. São créditos que Rural Europa tem a receber do Banco Rural.

As propostas dos interessados devem ser entregues ao liquidante do Banco Central até 19 de fevereiro. A divulgação do resultado está marcada para o dia 21. Os recursos recebidos com a venda do Rural Europa serão usados para pagar credores do Banco Rural.

“A venda por meio de leilão visa obter o maior valor possível para esse ativo, bem como dar transparência à operação”, diz o Banco Central. A autoridade informa que a compra pode ser interessante “por conta da situação superavitária do banco”.

A compra precisa passar pela aprovação do Banco de Portugal, o Banco Central português. Por causa da liquidação do Rural no Brasil, o supervisor de Portugal impediu que o Rural Europa continuasse operando. Apenas transações de saque estão autorizadas.

Outros bens do Banco Rural ainda devem ser vendidos em breve. O data center do banco, por exemplo, vai a leilão no dia 13. O lance mínimo de R$ 7,3 milhões corresponde ao valor do imóvel mais os equipamentos de tecnologia.

Entre eles estão três seguradoras com sede em Porto Alegre: Investprev Seguradora, Investprev Seguros e Previdência e Invest Capitalização. Móveis e imóveis da instituição financeira também podem ser comercializados, segundo informações do liquidante do Rural.

Questionado pelo Valor sobre a situação patrimonial do Banco Rural, o liquidante Almeida afirmou que o balanço do banco ainda não está concluído, dependendo de avaliações de ativos. À época da liquidação, estimativas preliminares apontavam um passivo a descoberto de R$ 400 milhões.

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