Sindicatos da CPLP definem carta de princípios, no II Fórum realizado em São Paulo

Sindicatos de Bancários de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, que se reuniram, em São Paulo, no II Fórum de Sindicatos da CPLP, durante os dias 1 e 2 de abril, assinaram uma carta de princípios que visa a construção de um processo de solidariedade internacional de classe. 

Os participantes tiveram a oportunidade de tomar conhecimento da Conjuntura Nacional Brasileira, da Conjuntura Internacional e das Relações Sindicais da CUT com as Centrais Sindicais dos Países da CPLP, além do Pacto Social Global da UNI Finance e do processo de unificação dos sindicatos em Portugal.

No segundo dia do encontro, a presidenta da UNI Finanças, Rita Berlofa, apresentou o Pacto Social do Setor Financeiro Sustentável. Segundo Rita a necessidade de discutir um pacto social no âmbito da UNI é acima de tudo para evitar a ocorrência de crises sistêmicas, a exemplo de 2008, que trouxe impactos negativos para a economia mundial e seus trabalhadores. “Queremos que o trabalhador seja o centro das discuções do setor financeiro. Porque é ele que faz a intermediação com o cliente de todos os produtos. Ou seja, é ele que tem que ser colocado no centro do sistema financeiro. E hoje há uma inversão de valores, onde os produtos são os potagonistas da indústria financeira e não o trabalhador. Então na discução de pacto social, nós queremos que este trabalhador venha ser o protagonista”, reforçou Rita.   

Durante os debates em grupo, os membros da Rede reforçaram a necessidade, que existia desde o primeiro fórum, de um esforço por parte de todos de estabelecer contato com os Sindicatos de Timor Leste, Guiné Bissau e Guiné Equatorial para garantir a participação futura dos mesmos.

Ao falar sobre a unificação dos sindicatos em Portugal, o presidente da SBSI, Rui Riso, ressaltou que a importância do movimento sindical é muito grande seja em qual for a sociedade. “Precisamos adaptar a nossa estrutura sindical com a nova realidade, com as novas tecnologias para que as próximas gerações possam contar com um sindicato mais forte, moderno e combatível. A melhor maneira de fazermos isso é estarmos unidos na luta”.

“Depois de dois dias de muito diálogo reunião, os companheiros vão voltar para suas casa e seus países de origem com uma tarefa difícil, a de olhar pra o mundo do trabalho e do capitalismo e entender todas as dificuldades que envolvem a defesa dos direitos laborais trabalhistas e humanos das pessoas que a gente representa neste nosso mundo sindical.  “Nós reunimos em uma sala pessoas de seis países, de três continentes e fizemos a construção de uma estrutura para defender direitos de trabalhadores e mostramos que é possivel ser feito sem disputa política sangrenta, mas com amizade, com cooperação, com solidariedade, com o espírito voltado para uma causa maior que é a defesa de pessoas que trabalham e que têm direito a emprego, a saúde, a segurança, a habitação e sobre tudo, direito à felicidade”, destacou o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.

Nesta segunda edição, os participantes definiram a nova denominação do grupo designado por Rede Sindical CPLP Finanças. O plenário dividiu-se em três grupos para dar continuidade aos temas discutidos no primeiro Fórum.

Dentre os temas, os participantes discutiram os principais objetivos da Rede Sindical CPLP Finanças, como a promoção o intercâmbio, a troca de experiências e organização dos países da CPLP, intensificar a cooperação entre os sindicatos do sector financeiro, promover ações de formação, além de promover, defender e combater todas as formas de xenofobia, racismo e descriminação de todo tipo, que possam afectar a coesão da classe, entre outras.

Para Antonio Lisboa, secretário de Relações Internacionais da CUT, as relações entre as centrais sindicais dos países da CPLP com a Central Única dos Trabalhadores são de extrema importância para intensificar a luta da classe trabalhadora. "Por mais direitos, mais segurança no trabalho, mais empregos, salários mais dignos, entre outras bandeiras de luta dos trabalhadores, não só do Brasil, mas também dos países da lígua portiguesa".

Segundo o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Mário Raia, estes dois dias de trabalhos foram de muita aprendizagem, cooperação, amizade e troca de experiências. “Tenho a certeza de que todo este debate servirá para que no futuro possamos ver que demos muitos passos positivos”, concluiu o secretário.

Na ocasião, os representantes dos Sindicatos de Bancários de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, se uniram à mobilização contra o golpe em curso no Brasil. Com unanimidade, confirmaram: Não vai ter golpe!

 

 

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