Sindicado de BH tem parceria com a PUC para prestar atendimento psicológico aos bancários

O Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte atua, firmemente, há décadas, em defesa da saúde dos trabalhadores. Um dos programas desenvolvidos pela entidade, em parceria com a PUC-MG São Gabriel, presta atendimento psicológico aos bancários e bancárias da região. O projeto conta com entrevista, sessões de tratamento, e um relatório é encaminhado à perícia, em complemento ao relatório do médico assistente.

“Muitos trabalhadores desenvolvem síndrome de pânico e sequer conseguem passar pela porta de uma agência bancária”, relata Luciana Duarte, primeira secretária do Sindicato e integrante do Coletivo Nacional de Saúde da Contraf-CUT.

“Além disso, o trabalhador que já se encontra na situação de adoecimento enfrenta a culpa pela situação, relutando em se afastar do trabalho com medo do preconceito. Isto requer um grande trabalho de conscientização para que o bancário aceite o tratamento. Carlos Eduardo Carrusca é o coordenador deste projeto e desenvolve pesquisas sobre as doenças mentais dos trabalhadores em banco e vigilância. Também temos o atendimento previdenciário, em parceria com o departamento jurídico do sindicato”, completa Luciana.

Doenças mentais ultrapassam LER/DORT

Na década de 1990, os bancários de todo o Brasil começaram a enfrentar a explosão de casos de LER/DORT e atuação do Sindicato de BH foi firme frente aos bancos que, diante de uma verdadeira epidemia de doenças, tentavam a todo momento subnotificar, demitir e descaracterizar o problema.

Os casos de LER/DORT e outros problemas ortopédicos não desapareceram na categoria bancária e as entidades sindicais continuam recebendo queixas de problemas nos braços, ombros e coluna vertebral. No entanto, os casos de doenças mentais relacionadas ao trabalho representam hoje 95% dos atendimentos no Sindicato de BH.

“Este adoecimento se dá por diversos motivos e as queixas se referem à jornada extensa, falta de reconhecimento e valorização no trabalho, metas absurdas, a forma abstrata do trabalho, a obrigação de empurrar produtos para os clientes, muitas vezes de forma desumana, e o assédio moral”, ressalta a dirigente.

O Departamento de Saúde do Sindicato de BH também trava uma luta diária para que os bancos cumpram a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), as leis e normas vigentes.

“Com este trabalho, conseguimos, ao longo dos anos, obrigar muitos bancos a cancelarem demissões de trabalhadores doentes por vias administrativas”, conclui Luciana Duarte.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram