Sergipe: Audiência destaca importância dos bancos públicos

A Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe realizou na manhã desta sexta-feira (6) uma audiência pública “Em Defesa das Empresas e Bancos Públicos”. A atividade foi realizada a pedido do deputado estadual Luciano Pimentel (PSB), atendendo solicitação do Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb/SE), para alertar a população do estado para o importante papel das empresas públicas e especificamente dos bancos públicos na manutenção e execução de políticas sociais nas áreas da habitação, agricultura familiar, educacional, entre outras, assim como para o risco que toda a população corre com o desmonte que o governo Temer está promovendo nestas empesas e especificamente nos bancos públicos.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) por meio de seu secretário de Finanças, Sergio Takemoto, contribuiu com o debate apresentando diversas informações sobre o papel dos bancos públicos no fomento ao desenvolvimento socioeconômico do país.

“Os bancos públicos são responsáveis por cerca da metade de todos os financiamentos realizados pelo país, em todos os segmentos sociais. Também respondem por aproximadamente 45% dos trabalhadores da categoria no país. Com o corte de recursos para financiamentos em áreas importantes como a habitação, agricultura familiar e obras de infraestrutura, além de redução do quadro de pessoal, o governo Temer vai colocar a economia colapso, principalmente em cidades e regiões menos desenvolvidas de nosso país, onde os bancos privados não têm interesse em investir, mas o governo já está cortando investimentos e fechando agências de bancos públicos”, explicou o dirigente, que também é vice-presidente da Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae).

Neste mesmo sentido, a presidenta do Sindicato dos Bancários de Sergipe, Ivânia Pereira, observou que os bancos privados concentram sua atuação na região Sudeste do país, principalmente em São Paulo, limitando a atuação nos outros estados às capitais. “Isso porque não é cobrado dos bancos públicos a obrigação do cumprimento de seu papel social”, disse.

Projeto de desmonte
Ivânia disse ainda que o projeto de desmonte dos bancos públicos não é uma ameaça momentânea e tampouco se limita ao setor financeiro. “Está em curso um projeto de desmonte de toda a capacidade produtiva nacional, que havia sido interrompido durante os governos Lula e Dilma, mas voltou com força total e está arrasando com as empresas públicas e promovendo o encolhimento do Estado e de seu poder de intervenção e execução de execução de políticas públicas, principalmente na área social”, afirmou a presidenta do Seeb/SE.

Os bancos e as empresa públicas de forma geral tiveram importante papel para sustentar a economia brasileira durante a crise econômica mundial iniciada em 2008. Estas instituições mantiveram a oferta de crédito, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, e elas próprias fizeram seus investimentos.

Ataques
Para a presidenta do Seeb/SE, os ataques contra o governo Dilma se intensificaram justamente quando os bancos públicos passaram a oferecer crédito mais em conta e assumiram um papel de regular a economia e a política de juros do sistema financeiro. “Vimos uma crise do governo Dilma aumentar a partir do momento em que os bancos públicos assumiram um papel de controlar a ganancia do sistema financeiro. Imagina o que pode acontecer se não tivermos os bancos públicos, ou eles não tiverem capacidade de promover esse controle”, alertou a dirigente. “Por isso, propomos a união de todas as categorias para lutar contra a implementação desse projeto de desmonte das empresas públicas. Não basta lutarmos pela queda do Temer, temos que pôr fim a esse projeto”, completou.

O presidente da Federação dos Bancários dos Estados da Bahia e Sergipe (Feeb/BA-SE) Emanoel Souza, reforçou a proposta de Ivânia. “Precisamos correr trecho e fazer uma caravana suprapartidária para defender as empresas e bancos públicos. Não adianta apenas os diretores sindicais, é preciso juntar forças, inclusive com vereadores e prefeitos, pois todas as cidades têm muito a perder se continuar o desmonte das empresas públicas e dos bancos”, disse.

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