Santander nega falta de funcionários e reunião do CRT traz poucos avanços

A reunião desta terça-feira, dia 13, do Comitê de Relações Trabalhistas do Santander (CRT), que reúne representantes do banco e dos trabalhadores, apresentou poucos avanços para os bancários. Na pauta, construída pelos trabalhadores por meio de mensagens enviadas à Comissão de Organização dos Empregados do Santander da Contraf-CUT (COE Santander), estavam temas como as demissões, as mudanças no programa de remuneração variável, o trabalho no final de semana na mesa de crédito SP2, a desativação dos núcleos de pastas e serviços e a recusa dos atestados médicos, entre outros assuntos.

A direção do Santander negou que exista falta de funcionários nas agências, mas ficou de avaliar casos pontuais. A representação dos trabalhadores contestou a afirmação comparando o balanço do 1º trimestre deste ano com o do mesmo período de 2007: os dados mostram uma redução de cerca de 1.200 funcionários no período. “Somado o fato de que o banco tenha aberto agências em outras praças como Rio de Janeiro e Paraná, fica evidente a falta de empregados na rede”, afirma Mario Raia, coordenador da COE Santander.

Para Paulo Stekel, diretor executivo da Contraf-CUT e funcionário do Santander, em lugar de negar o que todos os bancários podem ver nas agências, o banco deveria contratar novos trabalhadores para reverter a crescente sobrecarga de trabalho de sues empregados. “A situação já está insustentável, e muito trabalhadores têm deixado o banco por não aceitarem a pressão e o risco de doenças ocupacionais”, sustenta.

Os dirigentes levaram ao conhecimento do banco que a desativação dos núcleos de pastas e serviços vem aumentando o trabalho, fazendo com que os bancários extrapolarem a jornada. Representantes do Santander afirmaram que o banco revisou o fluxo de operações e está analisando as atividades.

Em relação ao trabalho de final de semana na Mesa de Crédito SP 2, o banco ficou de analisar as freqüências e contemplar os casos pontuais. No caso do pagamento de vale-transporte e vale-refeição, a direção ficou de responder em 10 dias.

Remuneração – As mudanças no programa de remuneração variável, que geraram insatisfações entre os gerentes, foram mal interpretadas, segundo o representante do Santander. Houve uma falha de comunicação na apresentação aos funcionários, e o banco vai reorientar a Superintendência de rede e os regionais em até 15 dias. Uma reunião com representantes dos empregados também será agendada para apresentação das mudanças nas regras do programa.

O banco manteve a postura de recusar os atestados apresentados pelos trabalhadores e insiste em submeter seus empregados a avaliação do serviço médico da empresa. “Não tem o menor cabimento o banco querer determinar a validade ou não de um atestado médico, isso não está previsto na lei”, afirma Paulo Stekel. “Caso esse procedimento continue, vamos procurar o Ministério Público para efetuar uma denúncia”, sustenta Mario Raia.

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