Santander aceita auxílio-educação, mas bancários consideram insuficiente

(São Paulo) Em negociação ocorrida nesta quarta-feira, dia 14, com a Comissão de Organização dos Empregados (COE) da Contraf-CUT, em São Paulo, o Santander aceitou a reivindicação dos bancários e ofereceu 700 bolsas de auxílio-educação, no valor de 50% da mensalidade com teto de R$ 250 para primeira graduação em cursos afins, como Economia, Administração de Empresas, Ciências Contábeis, Comércio Exterior e Marketing. A proposta representou um avanço, pois pela primeira vez o banco concordou com essa reivindicação dos funcionários. Entretanto, ela ficou aquém das necessidades dos bancários e voltará a ser debatida.

“Consideramos a proposta do banco insuficiente e a Contraf-CUT acredita que há espaço para melhorar tanto a quantidade de bolsas como os valores. Vamos continuar pressionando o banco e nos próximos dias deve ser marcada nova rodada de negociações”, explica Paulo Stekel, diretor da Contraf-CUT.

“O auxílio-educação é uma das principais reivindicações dos funcionários para o aditivo à Convenção Coletiva da categoria bancária, porém a quantidade de bolsas propostas e o valor do auxílio são insuficientes, diante do grande número de empregados que estudam ou pretendem cursar uma faculdade e do preço das mensalidades”, avalia o diretor da Afubesp e do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Ademir Wiederkehr.

Os representantes da COE informaram ao representante do Santander que vários bancos privados, como o ABN/Real, o Itaú e o HSBC, oferecem melhores condições no auxílio educacional.

Outro avanço foi a ampliação do horário de amamentação. Pelo período de 270 dias contados do nascimento do filho, a mãe terá direito à redução da jornada de trabalho, em uma hora diária, que poderá, a critério da funcionária, ser fracionada em dois períodos de 30 minutos. “Trata-se de uma conquista dos trabalhadores espanhóis, que agora está sendo garantida também no Brasil, onde a lei assegura horário de alimentação de crianças até 180 dias”, comemora a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa.

Itens remetidos para o CRT
O representante do banco remeteu várias reivindicações dos funcionários para serem debatidas nas reuniões bimestrais do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), tais como: garantia de emprego diante da compra do ABN/Real, isenção de tarifas para funcionários e aposentados, fim das metas para caixas, convênios médicos e odontológicos, contratação de novos funcionários e grupo de trabalho para Plano de Cargos e Salários (PCS).

Em relação ao adiantamento para viagens e visitas a clientes e o reajuste do quilômetro rodado, a empresa alegou que emitiu nova instrução interna, no último dia 9 de outubro, para que as despesas não sejam custeadas pelos empregados. Informou também que está fazendo um levantamento sobre os preços de itens como pneus, combustível e seguro, a fim de verificar a necessidade de reajuste.

Também será debatida no CRT a implantação do ponto eletrônico nas agências e postos. O banco prometeu que todos os pontos de venda terão esse equipamento que marca o horário de trabalho “até a metade de 2008”.

Estagiários
A situação dos estagiários também foi remetida para o CRT. O banco adiantou que a contratação desses jovens trabalhadores tem diminuído muito, existindo hoje menos de 3 mil e que esse número vai cair ainda mais.

O banco também anunciou que foi aceita a reivindicação dos dirigentes sindicais de reajustar o vale-refeição dos estagiários, que será corrigido este mês em 6% retroativo a 1º de setembro. Foi apresentada a demanda de extensão do vale-transporte. A empresa ficou de analisar.

Aposentados
Os representantes da Comissão Nacional dos Aposentados do Banespa (CNAB), Oliver Simioni e Sérgio Zancopé, participaram da negociação, reforçando as reivindicações específicas do segmento. “O banco constituiu, de forma unilateral, o Plano V do Banesprev, a fim de efetuar o pagamento da complementação de aposentadorias e pensões do pessoal pré-75”, frisou Oliver.

“Não está claro que o Santander é o patrocinador do plano”. Ele defendeu o reajuste dos benefícios conforme a regra prevista no Plano II do Banesprev: índice da categoria ou INPC, o que for maior. “Falta colocar no regulamento do Plano V, de forma explícita, os compromissos e as responsabilidades do banco enquanto patrocinador”, enfatizou Zancopé.

O banco respondeu que as demandas dos aposentados devem ser canalizadas para o Comitê Gestor do Plano V e os órgãos de direção do Banesprev.

Demitidos
A empresa divulgou que no dia 7 de dezembro será efetuado o crédito das diferenças salariais, da primeira parcela da PLR e adicional e das rendas variáveis (Sim/Somar, Super Ranking) para os ex-funcionários que foram demitidos após o dia 2 de agosto de 2007.

Fonte: Airton Góes – Afubesp, com edição da Contraf-CUT

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