Representantes dos empregados cobram Occhi sobre desmonte da Caixa

A Caixa realizou uma grande reunião no Anhembi, na capital paulista, congregando dez superintendências que fazem parte da Dired, a maior diretoria regional de São Paulo. Para o evento, ocorrido na segunda-feira (17), foram convocados gerentes gerais, regionais e superintendentes. Como a pauta foi mantida em segredo, o encontro causou grande apreensão e medo entre os empregados do banco público.

Ao tomar conhecimento da reunião, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, juntamente com a Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal de São Paulo (Apcef-SP), prontamente mobilizou seus dirigentes para um protesto em frente ao Anhembi. “Dialogamos com os trabalhadores e denunciamos a retirada de direitos dos empregados da Caixa, conclamando a todos a participarem da greve geral do dia 28 contra as reformas da Previdência, trabalhista e terceirização irrestrita e em defesa dos bancos públicos”, relatou Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE Caixa).

Devido à presença dos representantes dos empregados no local do evento, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, decidiu se reunir com os dirigentes sindicais. Foram abordados temas que geram dúvidas e preocupação entre os trabalhadores.

Adesão ao PDVE
Um dos questionamentos foi sobre a informação da adesão de Occhi ao Plano de Demissão Voluntária Extraordinário (PDVE), mesmo permanecendo na presidência da Caixa. “Occhi confirmou que aderiu ao PDVE após realizar consulta ao Conselho de Ética da Presidência da República, que não avaliou o procedimento como irregular”, disse Dionísio, que também é diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Sobrecarga
Outra questão abordada foi a sobrecarga de trabalho decorrente dos saques de contas inativas do FGTS. “Acumularam três meses do calendário de saques na mesma data. Isso fez com que agências fechassem após às 21h no dia 10. A Caixa deveria fazer um escalonamento dessa demanda, melhorando a captação de valores para a sua poupança e a organização do atendimento”, destaca o dirigente.

Verticalização e redução de agências
Os representantes dos empregados cobraram ainda esclarecimentos sobre o processo de verticalização em agências, no qual é exigida uma carteira com 300 contas qualificadas para manter a função de gerente PJ e, para gerente PF, uma carteira de 900 contas qualificadas.

“Corre entre os trabalhadores a informação de que se até meados de maio os gerentes não apresentarem esses números em suas carteiras, eles perderão suas funções. A situação é agravada pelo plano já confirmado por Occhi de, após o fim do PDVE e da reestruturação, reduzir em 120 unidades o número de agências, acarretando em mais perda de funções”, relata Dionísio.

De acordo com o coordenador da CEE Caixa, Occhi afirmou que os bancários que perderem cargos, por conta da verticalização ou redução no número de agências, vão incorporar suas funções. Porém, não foi esclarecido como se dará essa incorporação para empregados que não possuem tempo suficiente no exercício do cargo.

RH 008
Os representantes dos empregados também questionaram a informação, que circula entre os trabalhadores, de que a direção da Caixa cogita ressuscitar o RH 008, que permite a demissão sem justa causa. Occhi negou que existam planos nesse sentido.

Boca no trombone
Por fim, Dionísio lembrou que muitos empregados não tiveram oportunidade de participar da reunião no Anhembi e mesmo os que participaram foram orientados a “pegar leve” nas perguntas direcionadas à presidência da Caixa.

“Esse é o momento de defender nossos direitos e a Caixa 100% pública. A presidência do banco se comprometeu em responder perguntas encaminhadas pelos representantes dos trabalhadores. Portanto, é o momento de botar a boca no trombone. A orientação é a de que os empregados não peguem leve nas perguntas”, enfatiza.

Para fazer uma pergunta para Gilberto Occhi, o empregado deve enviá-la, até quinta-feira (20), para o WhatsApp do Sindicato de São Paulo: (11) 97593-7749. Os questionamentos serão encaminhados à presidência da Caixa. A identidade do autor será mantida no mais absoluto sigilo.

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