Proposta da Fenaban avança no combate às metas abusivas e assédio moral

Bancos apresentaram nova proposta na sexta, quarto dia da greve nacional

Além das conquistas econômicas, a grande mobilização nacional dos bancários obteve ainda avanços nas cláusulas sociais, principalmente em relação ao combate às metas abusivas e ao assédio moral, hoje os principais problemas apontados pelos trabalhadores dentro dos locais de trabalho, responsáveis pela verdadeira epidemia de adoecimentos na categoria, tanto físicos como psíquicos.

Segundo dados do INSS, 18.671 bancários doentes foram afastados do trabalho em 2013, um crescimento de 41% em relação aos últimos cinco anos. Desse total de auxílios-doença acidentários registrados pelo INSS, 52,7% tiveram como causas principais os transtornos mentais e do sistema nervoso.

“Esse foi um dos temas centrais da campanha de 2014. Graças à forte greve em todo o país, os bancos melhoraram a proposta e aceitaram incluir na Convenção Coletiva alguns mecanismos que ajudam a equacionar os principais problemas de saúde que os bancários enfrentam hoje nos locais de trabalho, entre eles as metas abusivas e o assédio moral”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

Além da proibição da publicação de ranking individual de resultados e da cobrança de metas por parte do gestor via SMS, a nova cláusula estenderá a vedação de cobrança de resultados por qualquer meio eletrônico e plataforma digital.

Em outra cláusula, os bancos também assumem o compromisso para o “monitoramento de resultados ocorra com equilíbrio, respeito e de forma positiva para prevenir conflitos nas relações de trabalho”.

“A partir de agora, o bancário que se sentir pressionado por cumprimento de metas, colocando em risco sua saúde física e mental, terá mais um canal de denúncias, que é o sindicato, e os bancos terão prazo para dar uma resposta sobre o caso”, diz Cordeiro.

Veja abaixo outros temas sociais incluídos na nova proposta dos bancos:

Dias parados

A Fenaban propõe a compensação dos dias parados durante a greve, na forma de uma hora por dia no período de 15 de outubro a 31 de outubro, para quem trabalha seis horas, e uma hora por dia no período entre 15 de outubro e 7 de novembro, para quem trabalha oito horas.

Certificação CPA 10 e CPA 20 – Quando exigido pelos bancos, os trabalhadores terão reembolso do custo da prova em caso de aprovação.

Adiantamento de 13º salário para os afastados – Quando o bancário estiver recebendo complementação salarial, terá também direito ao adiantamento do 13º salário, a exemplo dos demais empregados.

Reabilitação profissional – Cada banco fará a discussão sobre o programa de retorno ao trabalho com o movimento sindical.

Gestantes – As bancárias demitidas que comprovarem estar grávidas no período do aviso prévio serão readmitidas automaticamente.

Casais homoafetivos – Os bancos irão divulgar a cláusula de extensão dos direitos aos casais homoafetivos, informando que a opção deve ser feita diretamente com a área de RH de cada banco, e não mais com o gestor imediato, para evitar constrangimentos e discriminações.

Novas tecnologias – Realização de seminários periódicos para discutir sobre tendências de novas tecnologias.

Campanha sobre assédio sexual – Os bancos assumiram o compromisso de realizar uma campanha junto com os bancários para combater o assédio sexual no trabalho.

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