Presidente da CUT defende agenda de mobilização

(São Paulo) Após a mesa de abertura, o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, analisou a conjuntura econômica e política do país e destacou as principais bandeiras de luta da CUT para o próximo período.

Lembrou que, nas eleições de 2002 e 2006, ocorreu o claro confronto entre dois modos de pensar o país. Essa divisão ficou explicitada principalmente na questão das privatizações. “A população deixou claro que estávamos com a razão em ser contra as privatizações e mostrou isso claramente na eleição de Lula.”

No entanto, após a eleição, ocorreu uma tentativa de impor para o governo a “agenda dos derrotados”. “A Globo fez, logo após a eleição, uma série de matérias em que defendia que a causa da informalidade eram os direitos dos trabalhadores formais. Foi uma tentativa de construção da opinião pública e de colocar os trabalhadores formais contra os informais”, defendeu Artur.

Contra estas tentativas, Artur defendeu uma agenda de mobilizações em defesa dos trabalhadores. “Quando defendemos o veto presidencial à Emenda 3, não estamos contra ou a favor do Lula, mas a favor da classe trabalhadora”, sustentou. Da mesma forma, lembrou que a central se posiciona contra a PLP01, que limita o crescimento dos gastos com funcionalismo público. “Não se pode ter uma lei que impeça a contratação de mais professores, mais médicos em caso de necessidade”, explica.

A central também se posicionou contra a proposta de criação de fundações estatais para a área de saúde. “Não houve nenhuma discussão com os trabalhadores da área, nem sequer no Conselho Nacional de Saúde”, reclama. Ele comparou a medida com a reestruturação do Banco do Brasil, feita sem qualquer discussão. “Temos uma problema de método. A boa fé da negociação é pôr as coisas na mesa e discutir”, defende.

Outro debate importante da CUT é o da previdência, no qual, segundo Artur, “tem muita gente falando bobagem, de lá e de cá”. Uma delas é a proposta conservadora de igualar a idade mínima de aposentadoria para homens e mulheres. “No Fórum nacional de Previdência, eu disse que nós concordamos em negociar igualdade de gênero com os empresários, mas queremos negociar igualdade de salários, de oportunidades, de crescimento na carreira, na divisão das tarefas domésticas. Depois falamos em igualdade na aposentadoria”, analisou. “Teremos propostas no Congresso e precisamos estar prontos para participar do debate e ganhar a opinião pública”, defendeu.

Outros pontos lembrados pelo dirigente foram a criação de uma legislação para acabar com o interdito proibitório nas greves, a ampliação do Conselho Monetário Nacional com participação de setores da sociedade e a eleição direta para o conselho administrativo das empresas estatais.

“No dia 15 de agosto, vamos mobilizar 20 mil trabalhadores, mas também negociar para buscar conquistas”, disse. Ele informou ainda que a marcha anual da central, que tem defendido a valorização do salário mínimo, deve incorporar como bandeiras a redução da jornada de trabalho sem diminuição de salário e a redução da informalidade.

Fonte: Contraf-CUT

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