População do DF é contra a privatização do BRB

Pesquisa de opinião divulgada pelo Sindicato dos Bancários de Brasília revela que 68,8% da população do Distrito Federal são contrários à privatização do BRB. O estudo, encomendado pelo Sindicato, foi realizado pela empresa Valore Opinião e Mercado entre os dias 20 e 25 de março e ouviu 800 pessoas a partir dos 16 anos em todas as regiões administrativas e cidades do Entorno. A margem de erro é de 3,5% para mais ou para menos.

Aumento do desemprego e dos custos das tarifas e dos impostos, além da piora no atendimento e por considerar o banco como de responsabilidade do DF, foram as razões apontadas pelos entrevistados para rejeitarem a venda do BRB. De acordo com o estudo, apenas 25% são favoráveis à privatização do banco. A pesquisa aponta ainda que 75,2% da população consideram que a privatização é boa para quem compra e 41,7% consideram que é ruim para os consumidores.

“A pesquisa corrobora a avaliação do Sindicato de que a privatização do BRB traria uma série de prejuízos sociais e econômicos ao DF. A maioria dos entrevistados também tem clara essa percepção”, destaca Antonio Eustáquio, secretário de Imprensa do Sindicato e funcionário do BRB.

O levantamento apontou que a possibilidade de o BRB ser privatizado, anunciada pelo governador José Roberto Arruda, é conhecida por 62%.

Das 800 pessoas ouvidas, 790 afirmaram possuir conta em alguma agência bancária, sendo 48% delas no BRB. Desse total (790), 91% disseram conhecer o BRB e 89% o reconhecem como um banco público. A pesquisa mostra, aliás, que o Banco de Brasília é o mais conhecido no DF entre as instituições bancárias – à frente do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do Bradesco, Itaú, HSBC e Banco Real.

A avaliação positiva do BRB também é a maior em comparação com esses bancos. 52% dos entrevistados classificam como “bom” os serviços prestados pelo BRB, contra 50% da Caixa e 49% do BB. Quando os bancos privados entram na lista, a avaliação positiva decresce cerca de 10 pontos percentuais 39% do Bradesco; 39% Itaú; 38% do Banco Real e 37% do HSBC. No geral, os bancos receberam nota 8 por sua atuação. A menção “bom” também predominou na avaliação do papel social dessas instituições.

O alto índice de rejeição à privatização também é registrado em relação às instituições públicas do DF como um todo (60%). Quando especificadas (CEB, Caesb, Codeplan, TCB, Ceasa e Terracap), esse índice sobe para mais de 70% na média. Quando consideradas as empresas públicas em geral, a rejeição se dá principalmente em função dos prejuízos aos consumidores por conta da adoção desse tipo de política (41%), aliados ao aumento do desemprego, na opinião dos consultados.

População desconfia do governador

A pesquisa atestou ainda o que a população pensa sobre a administração Arruda, bem como o grau de confiança na pessoa do governador. Embora 43,9% consideram a administração ótima ou boa, quando perguntados sobre se confiam ou não na pessoa do governador, 46,8% afirmaram não confiar no governador. Esse dado talvez possa ser fruto das posturas erráticas de Arruda, tais como dizer algo e depois mudar de opinião sem explicações, a exemplo do que ocorre agora com o BRB. Durante a campanha para o GDF, em 2006, Arruda afirmara que valorizaria o banco e seus funcionários. No governo, mudou de opinião propondo a venda do BRB.

Mobilização é fundamental para neutralizar privatização

Essa pesquisa é mais um forte instrumento do Sindicato contra a privatização do BRB. A maioria (68.8%) da população é contra a privatização do banco. “Mesmo com toda a grande campanha do Sindicato contra a privatização do BRB, não podemos esquecer do histórico privatista de setores do partido (DEM, antigo PFL) do governador Arruda”, lembra André Nepomuceno, diretor-executivo do BRB e funcionário do BRB.

O Sindicato alerta que ainda não existe nada formalizado sobre a incorporação do BRB pelo Banco do Brasil. Por isso, é essencial que todos os bancários do BRB participem de todas as atividades promovidas pelo Sindicato em defesa do banco.

O Sindicato continua mantendo contatos com políticos e integrantes de associações e federações com o objetivo de evitar a privatização do BRB e reforçar a importância do banco para a população do Distrito Federal.

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