Polícia Federal multa oito bancos em R$ 272 mil por falhas na segurança

Multas foram aplicadas na 101ª reunião da CCASP, em Brasília

A Polícia Federal (PF) multou nesta quarta-feira (7) oito bancos em R$ 272 mil por falhas na segurança de agências e postos de atendimento bancário, durante a 101ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), em Brasília. O Banco do Brasil foi pela terceira vez consecutiva o mais punido, com multas de R$ 97,5 mil, seguido do Bradesco com R$ 49,6 mil, da Caixa Econômica Federal com R$ 39 mil, do Itaú com R$ 31,9 mil e do Santander com R$ 25,1 mil.

A reunião foi presidida pelo diretor executivo da Polícia Federal, Rogério Galloro, que ocupa o segundo posto hierárquico da corporação, ao lado da delegada Silvana Helena Vieira Borges, titular da Coordenadoria-Geral de Controle de Segurança Privada (CGCSP).

Estiveram em pauta 32 processos contra bancos e 590 contra empresas de segurança, vigilância, transporte de valores e cursos de formação de vigilantes, todos movidos pelas delegacias estaduais de segurança privada (Delesp), por causa do descumprimento da lei federal nº 7.102/83 e das portarias da Polícia Federal.

As principais infrações cometidas pelos bancos foram equipamentos inoperantes, número insuficiente e falta de rendição de vigilantes no horário de almoço, transporte de valores feito por bancários, inauguração de agências sem plano de segurança aprovado e cerceamento da fiscalização de policiais federais, dentre outras.

Veja o montante de multas por banco:

Banco do Brasil – R$ 97.551,36
Bradesco – R$ 49.657,29
Caixa – R$ 39.016,29
Itaú – R$ 31.924,06
Santander – R$ 25.186,18
HSBC – R$ 14.187,65
Banrisul – R$ 10.642,06
Alfa – R$ 3.902,05

Total – R$ 272.066,94

“Essas multas comprovam que os bancos continuam atuando com descaso na segurança dos estabelecimentos”, afirma Leonardo Fonseca, diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, que representou a Contraf-CUT na CCASP. “Os bancos olham a segurança como custo que pode ser reduzido para aumentar os lucros, em vez de cumprir a legislação e fazer investimentos para prevenir assaltos e sequestros e proteger a vida dos bancários, vigilantes e clientes”, defende.

A CCASP é integrada por representantes do governo e entidades dos trabalhadores e dos empresários. A Contraf-CUT é a porta-voz dos bancários. A Febraban representa os bancos.

Foi a segunda reunião da CCASP em 2014. A próxima foi agendada para o dia 6 de agosto.

Agência de negócios do Itaú sem segurança

A Contraf-CUT denunciou as mudanças promovidas pelo Itaú, por meio das agências de negócios, retirando vigilantes e portas giratórias e colocando em risco a vida de bancários e clientes e da população que circula nos arredores dessas unidades.

“Alertamos para o descumprimento da lei nº 7.102/83 e a inobservância do artigo 111 da portaria nº 3233 da Polícia Federal, onde não se dispensa a necessidade de vigilantes, em razão da presença de bancários e da manutenção de caixas eletrônicos na unidade”, destaca Leonardo.

O representante da Contraf-CUT lembrou a ocorrência de um assalto em uma dessas agências do Itaú em Londrina (PR), o que disseminou o medo e a insegurança, servindo de alerta para toda a categoria no país.

A Polícia Federal ficou de fazer uma análise da situação e emitirá um posicionamento até a próxima reunião da CCASP.

Participação

A 101ª reunião da CCASP foi acompanhada pelo Coletivo Nacional de Segurança Bancária, integrado por representantes de federações e sindicatos de todo o país.

Além de Leonardo, que também é representante da Fetraf Minas Gerais, participaram Daniel Reis, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Conceição Costa, diretora da Fetec Centro Norte, João Rufino, diretor da Fetrafi Nordeste, Valdir Machado, diretor da Fetec-CUT/SP, Raimundo Dantas, diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, Carlos Copi, diretor da Fetec-CUT/PR, André Pires, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Sandro Matos, diretor da Fetec Centro Norte, Júlio César Machado, presidente do Sindicato dos Bancários de Sorocaba, Samuel Nicolette, representante da Feeb SP/MS, e Belmiro Moreira, diretor do Sindicato dos Bancários do ABC.

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