PE: Sindicato protesta contra ataques aos planos de saúde de autogestão

Os impactos da Resolução nº 23 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR) nos planos de autogestão trazem prejuízos aos funcionários da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco do Nordeste. Para impedir que os bancários sejam penalizados com as mudanças, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco aderiu ao Dia Nacional de Mobilização, nesta quarta-feira (25), com realização de atos em defesa do Saúde Caixa, Cassi e Camed, no Recife (PE).

Os dirigentes denunciaram as propostas apresentadas para o custeio e governança dos planos, propostas pelas estatais, na agência BB Estilo – Agamenon Magalhães, Superintendência do Banco do Nordeste e departamentos internos da Caixa.

Embora o BB tenha se recusado a discutir o deficit da Cassi na mesa de negociação da Campanha Nacional, o movimento sindical apresentou proposta de sustentabilidade para a caixa de assistência, sem a quebra do princípio da solidariedade.

Para a secretária-Geral do Sindicato, Sandra Trajano, este deve ser o ponto central das discussões. “O banco afirma que não fará aportes e que precisa de uma proposta para que a Cassi seja sustentável. A nossa proposta não abre mão de algumas premissas: não aceitamos a quebra da solidariedade, princípio que caracteriza um plano de autogestão; e somos contrários à implementação de cobrança por dependente e faixa etária, que afeta principalmente os funcionários que recebem até R$ 5 mil e aposentados”, afirma

O sindicato também não concorda com a proposta do diretor eleito da Cassi, Luiz Satoru, apresentada ontem (24) em Pernambuco. “Infelizmente, o corpo funcional votou numa equipe que hoje está fazendo o que o banco manda. Satoru está andando o País com o dinheiro do participante para defender uma proposta que também quebra a solidariedade”, critica Sandra.

De acordo com o Estatuto, o BB é responsável por 60% do custeio e os funcionários por 40%. A proposta apresentada é de redução para o banco (58%), e aumento para os participantes (42%). Para tanto, é necessária a aprovação de 2/3 do corpo funcional.

Sustentável e superavitário, o atual modelo de custeio do Saúde Caixa, que foi implementado em julho de 2004, estabelece que a Caixa pague 70% das despesas assistenciais, e aos usuários os outros 30%. Entre os itens dos desmontes,estão mensalidades mais altas; cobranças por faixa etária e exclusão dos aposentados.

Sobre esses riscos, o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Rufino, destacou a importância do Dia Nacional de Luta e o compromisso da entidade em defender os direitos da categoria.

“A nova direção do Sindicato está disposta a enfrentar mais este golpe contra as bancárias e bancários. O Saúde Caixa está em risco, afetando diretamente as empregadas e os empregados do banco. Não é justo, muito menos aceitável, que o custeio dos planos de saúde seja arcado pela categoria. Vamos nos unir cada vez mais e, caso seja necessário, iremos paralisar nossas atividades contra mais essa tentativa de retirada dos nossos direitos duramente conquistados”, ressalta.

A Camed, plano de saúde dos funcionários do Banco do Nordeste, também já pretende implementar mudanças no custeio, apesar da resolução da CGPAR estipular prazo de até 48 meses. “O banco anunciou o reajuste, mas não apresentou os números que demonstram as dificuldades financeiras da Camed. Somos contra a aprovação de uma proposta que não passou por negociação e discussão com a base”, critica o diregente sindical Antônio (Batata).

O Banco do Nordeste estipulou o reajuste de 1,5% para 2,5% da remuneração bruta de cada associado. Contrários à proposta, os funcionários querem abrir a discussão para construção de um projeto amplo de gestão da Camed com participação dos associados na Direção Executiva da Caixa de Assistência.

 

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram