Para Contraf-CUT, falta de coragem explica manutenção da taxa de juros em 14,25%

Falta de coragem. Essa é a avaliação da direção da Contraf-CUT em relação a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que, pela quinta vez seguida, manteve em 14,25% a taxa básica de juros (Selic), em linha com a expectativa predominante entre observadores do mercado. A decisão, anunciada na noite de quarta-feira (2), ao encerramento da reunião, não foi unânime. Os juros mantêm-se nesse nível desde o final de julho do ano passado. Depois disso, nas cinco reuniões seguintes, a Selic não teve alteração. A taxa nominal é a mais elevada desde julho de 2006 (14,75%) – a real, descontada a inflação (IPCA), está pouco acima dos 3%.

Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, apontou que "segundo o mercado" a decisão do Copom em manter a taxa básica de juros em 14,25% foi "sem surpresas", apesar de dois membros defenderem uma alta. “Isto revela que o tal ‘mercado’ apoia esta repetida atitude do governo em manter juros altos, na contramão do que temos defendido: reduzir juros para ampliar créditos que gerarão uma retomada do crescimento econômico. Com isto teremos mais emprego, mais renda e a inclusão de mais trabalhadores no mercado de trabalho, ampliando o mercado interno. Aí sim o país volta a crescer."

Mais uma vez, dois integrantes do colegiado votaram pelo aumento da taxa, em meio ponto percentual. Os diretores Sidnei Corrêa Marques (Organização do Sistema Financeiro) e Tony Volpon (Assuntos Internacionais) divergiram da maioria pela terceira reunião seguida. Os outros seis, incluindo o presidente do BC, votaram pela manutenção.

A decisão, sem viés, foi tomada "avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos, e considerando as incertezas domésticas e, principalmente, externas", diz nota divulgada pelo Copom. Foi o mesmo teor do texto publicado após a primeira reunião de 2016, realizada em janeiro.

Carlos de Souza, secretário-geral da Contraf-CUT, salientou que a expectativa do movimento sindical é a volta do crescimento do país. “Um país aquecido, um país que venha combater a crise internacional de frente, como em outras experiências recentes que nós tivemos. Para isso, o Banco Central precisa ser mais audacioso e reduzir a taxa. Nós precisamos voltar a ter competitividade. Precisamos começar a trabalhar com Capital de investimento, que de fato gera emprego, produtividade e aquece a economia brasileira.”

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