No Dia Nacional da Consciência Negra, bancários reforçam luta pela igualdade

Será celebrado neste sábado, 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra. Instituído em homenagem à data da morte de Zumbi dos Palmares, simbolizando a história de lutas dos brasileiros contra o racismo e a discriminação e por igualdade de direitos e de oportunidades. Os bancários brasileiros têm um papel importante nessa batalha, com conquistas no combate às desigualdades dentro dos bancos.

“A cobrança por igualdade de oportunidades vem sendo há anos uma importante reivindicação nas campanhas salariais e nas negociações específicas, desde que a CNB-CUT (a já extinta Confederação Nacional dos Bancários) publicou, em 2001, a cartilha ‘Os rostos dos bancários'”, lembra o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Almir Aguiar. Tomando como base uma pesquisa do Dieese, a publicação comprovava a existência da discriminação nos bancos em relação aos negros, mulheres e portadores de deficiências.

O dirigente sindical frisa que, mesmo com o resultado do levantamento, os bancos se negaram a admitir a existência da discriminação e, como consequência, a inclusão de uma cláusula na convenção coletiva da categoria prevendo um programa que tivesse como objetivo a igualdade de oportunidades. Mas devido à insistência dos bancários e da entrada em cena do Ministério Público do Trabalho, em 2008 os bancos concordaram em realizar uma pesquisa conjunta sobre o tema, conhecida como o Mapa da Diversidade.

O que mostrou a pesquisa

Entre outras injustiças cometidas pelos bancos, o levantamento mostrou que apenas 19% dos bancários são negros contra 35,5% no conjunto dos trabalhadores no Brasil com carteira assinada. Somente 4,8% dos postos de diretoria e superintendência e 14,9% das gerências são ocupados por negros. O estudo comprovou também que os bancários negros recebem em média 84,1% do valor do salário dos brancos, sendo as bancárias negras ainda mais discriminadas.

Por causa da pressão dos sindicatos, e a partir da publicação desses dados, os bancários conquistaram uma cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho instituindo mesa temática sobre igualdade de oportunidades. A Febraban também implantou um programa de valorização da diversidade, com o objetivo de combater a discriminação e promover a busca de direitos iguais para todos.

“Conquistamos avanços importantes, mas não basta obter conquistas no papel. As pesquisas mostram como o preconceito funciona na vida real e é necessário avançar para acabar de uma vez por todas com as discriminações, até que conquistemos na prática o pleno direito de igualdade e de cidadania para todos os brasileiros”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

Reforçar a luta pela igualdade

Por todo o país, sindicatos de bancários realizam atividades nesta sexta-feira, dia 19, para reforçar a luta contra o preconceito e pela igualdade de oportunidades.

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“A luta dos homens e mulheres negros contra a discriminação alcançou muitos avanços nos últimos anos, mas vamos estar muito mais perto de uma verdadeira igualdade quando essa luta passar a ser de toda a sociedade. A verdadeira solidariedade se dá quando passamos a nos incomodar com o privilégio de ser branco numa sociedade racista como a nossa, em que há uma disputa claramente desigual no acesso ao emprego, educação e outros setores. Isso precisa ser um incômodo para todos”, afirma Deise Recoaro, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT.

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