No Dia Mundial da Saúde, bancários cobram condições dignas de trabalho

Neste sábado, 7 de abril, é celebrado o Dia mundial da Saúde. Com o tema “Envelhecimento e Saúde – uma boa saúde para um envelhecimento saudável”, determinado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a data procura promover uma reflexão sobre o tema em todo o mundo. Para a Contraf-CUT, é uma oportunidade importante para dar destaque às condições de trabalho e saúde dos bancários, que vêm se deteriorando cada vez mais.

“O envelhecimento saudável tem relação direta com a atividade profissional que a pessoa desenvolveu ao longo de sua vida. O trabalho ocupa uma parte grande da vida de todos nós e é fundamental ter boas condições para desenvolvê-lo”, afirma Walcir Pevitale, secretário eleito de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT. A data foi escolhida por conta da fundação da própria OMS, que ocorreu em 7 de abril de 1948.

Dados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) dão motivos para preocupação com o tema no Brasil. Somente em janeiro de 2012, o instituto concedeu 831 mil benefícios acidentários no país. Os acidentes de trabalho também são elevados.

Segundo dados da última versão do Anuário Estatístico da Previdência Social, publicada em 2011, o número de acidentes profissionais sofridos por trabalhadores com carteira assinada em 2010 foi de 701.496, resultando em 2.712 mortes no trabalho. “São dados relevantes, que demonstram a falta de preocupação das empresas com a segurança e as condições de trabalho”, avalia Walcir.

Os números mostram também um aumento expressivo dos afastamentos por transtornos mentais. O total de casos aumentou de 12.818 em 2008 para 13.478 em 2009. “Esse é um problema que atinge fortemente os bancários, expostos à intensa pressão pelo cumprimento de metas abusivas e ao assédio moral incentivado pelas políticas das empresas”, afirma Walcir.

O dirigente lembra que os dados da previdência não correspondem à totalidade dos casos, pois abrangem apenas trabalhadores com carteira assinada e que tiveram benefício concedido pelo INSS. Assim, ficam de fora trabalhadores informais e aqueles que tiveram benefícios indeferidos em perícias do instituto.

Também não é considerado o trabalhador que ficou afastado por menos de 15 dias consecutivos. “Considerando todos estes fatores, especialistas estimam que o número real de acidentes pode ser seis ou sete vezes maior do que os dados oficiais”, alerta Walcir.

O sindicalista lembra que um problema grave enfrentado pelos bancários é a perda de seus planos de saúde após a aposentadoria. Como os preços dos convênios aumentam com a idade, acaba tendo que pagar um valor muito elevado, reduzindo muito seus ganhos. “Os bancários acabam desamparados no momento em que mais precisam de um plano de saúde”, aponta Walcir. “Estamos reivindicando uma mudança nessa situação tanto em negociações com os bancos quanto em reuniões com a Agência Nacional de Saúde (ANS)”, sustenta.

Campanha temática por saúde

O 3º Congresso da Contraf-CUT aprovou a realização de uma campanha temática nacional sobre saúde do trabalhador durante o ano de 2012. A ideia é tratar a saúde dos bancários de forma ampla, incluindo a saúde suplementar, o Sistema Único de Saúde (SUS) e outros pontos importantes. Esta será a primeira de um novo modelo de campanha temática que passará a ser realizada pelos bancários.

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