No ABC, bancários rejeitam proposta e dizem: Basta!

Os bancários do ABC realizam nesta sexta, 10, atividades de protesto à contraproposta dos banqueiros, que não contempla as reivindicações encaminhadas pela categoria no último mês de junho. A proposta foi rejeitada em assembleia ocorrida no dia 8 na sede do Sindicato, quando também se aprovou a participação no dia nacional do Basta!, organizado pela CUT e outras centrais sindicais para exigir respeito aos direitos dos trabalhadores e à democracia no Brasil.

Durante a manhã foram realizados atos e paralisações parciais em agências da região, até o meio-dia. Muitos aderiram ao chamado e vestiram vermelho para deixar claro que estão cansados de enrolação, indignados com o que os banqueiros querem oferecer (mesmo com altíssimos lucros registrados) e preocupados com os rumos do País, onde uma reforma trabalhista destrói a cada dia conquistas históricas da classe trabalhadora, há ataques constantes às empresas públicas e um recuo assustador na garantia dos direitos humanos, atingindo toda a sociedade.

Quem se esqueceu de vestir vermelho aceitou de bom grado o laço de fita oferecido pelo Sindicato na atividade em frente ao teatro Carlos Gomes, em Santo André. Ali, apesar do vento frio, a concentração de bancários ganhou o reforço da intervenção cultural organizada pelo grupo Arca: mosqueteiros unidos contra um banqueiro voraz, com o lema Um por todos e todos por tudo, aproveitando o slogan da campanha desse ano: Todos por tudo. O secretário-geral do Sindicato, Gheorge Vitti, falou sobre a exploração dos trabalhadores no Brasil e do quanto vem se aprofundando o golpe iniciado com o impeachment da presidenta Dilma, com graves consequências para toda a sociedade.

Já o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira, fez uma rápida retrospectiva da campanha 2018 até agora; da contraproposta insuficiente e incompleta feita pelos representantes dos bancos e da representatividade e unidade da categoria, que tem convenção nacional, válida para todo o País, e uma história de lutas e conquistas. “Vamos resistir e vencer. Os banqueiros também têm interesse em encerrar a campanha, mas não será do jeito que eles querem”, destacou.

A próxima negociação com a Fenaban ocorre em 17 de agosto.

Campanha – A contraproposta apresentada pelos bancos foi de um acordo de quatro anos, com reposição da inflação a cada data-base da categoria (1º de setembro). Para este ano o reajuste seria de 3,90% (projeção do INPC entre 1º de setembro de 2017 e 31 de agosto de 2018) nos salários, pisos e demais verbas, como PLR, VA, VR e auxílio-creche/babá. Os bancos também querem alterar cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para, segundo eles, ´garantir segurança jurídica´, mas sequer apresentaram a redação destas modificações.

No entanto, todos sabem que podem repassar muito mais a seus empregados. Só no ano passado os cinco maiores bancos lucraram, juntos, quase R$ 78 bilhões – um aumento de 33,5% que passou bem distante da crise. O que ganham com tarifas consegue cobrir com folga todo o custo de pessoal. A categoria bancária reivindica reajuste salarial com 5% de aumento real, repasse da inflação, PLR de três salários mais R$ 8.546,64, piso salarial do Dieese (R$ 3.747,10), vales alimentação, refeição, 13º, cesta e auxílio-creche/babá e 14º salário. E há ainda outras questões fundamentais, além das econômicas, que os bancos simplesmente não responderam.

Para ler mais sobre essa primeira atividade após a recusa da proposta acesse a rede de comunicação do Sindicato (jornal impresso, facebook, site) onde estão vídeos e fotos com depoimentos de bancários e dirigentes sindicais.

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