Movimento sindical organiza ato contra atentado ao Instituto Lula

Uma bomba caseira foi jogada na porta do instituto

O PT e o movimento sindical organizam manifestações contra a intolerância e em repúdio ao atentado a bomba contra a sede do Instituto Lula, ocorrido na noite de quinta-feira 30. A primeira de uma série de manifestações contra os ataques a petistas acontecerá ao meio-dia desta sexta-feira (7), em frente ao Instituto Lula, local do atentado, no bairro paulistano do Ipiranga. A ideia é fazer um abraço simbólico na sede, contra o ódio e a intolerância e a favor da democracia.

Participarão do ato membros da frente #TodosPelaDemocracia. A Frente suprapartidária e plural é composta por todos que tem interesse em defender a democracia. Entre os participantes estão juristas, intelectuais, artistas, líderes religiosos, movimentos sociais e entidades sindicais como a CUT, CTB, CSB, CMP, Consulta Popular, FLM, UMM e os partidos políticos PT, PCdo B, PCO e PDT.

Um outro ato está previsto para o dia 16 de agosto, organizado pelo movimento sindical e entidades da sociedade civil, em frente ao Instituto Lula. Em razão do atentado, o instituto recebeu manifestações de solidariedade de dezenas de líderes políticos do Brasil e Exterior, além de intelectuais, sindicatos e ONGS.

A presidenta da República, Dilma Rousseff disse que “jogar uma bomba caseira na sede do Instituto Lula é uma atitude que não condiz com a cultura de tolerância e de respeito à diversidade do povo brasileiro”. O PT, por meio de nota, classificou o atentado como “intolerável”.

Para o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, o atentado é uma violência. “É uma violência inútil, de perdedores. De quem não tem a responsabilidade com a democracia. De gente que não suporta os avanços sociais dos governos Lula e Dilma. O Brasil só perde com isso”, afirmou.

Enviaram também mensagens de apoio e solidariedade ao instituto, entre outros, o ex-presidente espanhol Felipe González; Neil Watkins, da Fundação Bill e Melinda Gates; o Partido Democrático da Itália e o Podemos, da Espanha; Enrique Garcia, presidente do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF); a Confederação Israelita do Brasil e a Federação Israelita do Estado de São Paulo, entre outros.

Outros políticos e personalidades brasileiras também manifestaram repúdio ao atentado, entre eles o ministro da Defesa e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner; o governador do Piauí, Wellington Dias; o diretor-geral da FAO, José Graziano; o cientista e pesquisador Miguel Nicolelis; a empresária Eleonora Rosset e o jornalista e escritor Fernando Morais.

“A partir de agora, nós, dirigentes, vamos construir em nossas bases essa grande mobilização em defesa do Brasil, dos empregos e dos avanços sociais. E tudo isso se traduz, também, na defesa do presidente Lula”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Para o dirigente, o atentado é “inadmissível”. E acrescentou: “É um tipo de atitude que aconteceu poucas vezes na história do nosso País e repudiamos fortemente. É um comportamento de gente pequena, atormentada, pessoas que, com certeza, não deram um centésimo da contribuição que o presidente Lula deu ao Brasil e ao mundo”, afirmou Marques.

Na terça-feira (3), prefeitos da região do ABC paulista, reunidos no Consórcio Intermunicipal, também aprovaram nota de protesto contra o ataque a bomba.

“O que aconteceu com o Instituto Lula foi um ataque fascista e de extrema-direita. Querem criar uma instabilidade no País quando atacam nosso ‘eterno’ presidente Lula”, disse o deputado estadual Teonílio Barba (PT). “A intolerância ultrapassou todos os limites. Cada dia se amplia o ódio no país”, acrescentou o deputado estadual Luiz Turco (PT).

“Terrorista.” Foi assim que o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), chamou o ataque contra o Instituto Lula. “Se houvesse uma pessoa perto de onde jogaram a bomba sofreria ferimentos gravíssimos”, protestou o prefeito.

O atentado contra a sede do Instituto Lula foi o mais recente de uma série de ataques contra militantes e dirigentes petistas que começaram ainda na campanha eleitoral do ano passado. Em geral, os atentados, entre os quais um assassinato de um militante em Curitiba, no Paraná, tiveram pouca ou nenhuma cobertura da chamada grande imprensa, ligada aos setores conservadores da sociedade.

Após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, esses mesmos setores mantiveram os ataques e articulações para, primeiro, barrar a posse de Dilma para o novo mandato e, depois, impedir que seu governo tivesse um mínimo de estabilidade. Em manifestações – coletivas ou isoladas – contra Dilma e o PT, já em 2015, os ataques voltaram. Além de violências físicas, ex-ministros de Dilma, como Guido Mantega (Fazenda) e Alexandre Padilha (Saúde), foram vítimas de agressões verbais em locais públicos.

MOCÃO

A 17ª. Conferência Nacional dos Bancários, realizada entre os dias 31 de julho e 2 de agosto, aprovou moção de repúdio contra o atentado, assinada por delegados e delegadas do encontro. “Repudiamos o atentado sofrido pelo Instituto Lula no último dia 30 de julho, quando uma bomba foi lançada em suas dependências. Este ano, muito além da tentativa de atingir este instituto, configura-se na materialização da atual difusão do ódio de classe pelos órgãos da grande mídia e pelas redes sociais”, diz o documento.

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