Mesmo com lucro de R$ 4 bi, Bradesco não garante segurança

(Curitiba) O lucro de R$ 4 bilhões no semestre, divulgado na manhã desta segunda-feira (6) pelo Bradesco parece não constranger o banco a oferecer condições de segurança adequadas a seus trabalhadores. Na última sexta-feira (3), dois funcionários do Bradesco, da agência de Engenheiro Beltrão, no interior do Paraná, foram assaltados quando transportavam um malote contendo R$ 60 mil, logo após saírem de uma agência do Banco do Brasil. Além do dinheiro, os ladrões levaram o veículo de uma trabalhadora para a fuga.

Sempre alerta às necessidades dos trabalhadores do ramo financeiro, o Sindicato dos Bancários de Campo Mourão e Região prontamente encaminhou junto à agência, os procedimentos para emissão da CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho) e agora cobra do banco o cumprimento das normas para inibir a prática de transporte de valores por parte dos funcionários que, segundo os trabalhadores da base vem se tornando rotineira.

Francisca Salvador, trabalhadora bancária no Bradesco e diretora do Sindicato acha a situação inaceitável. “Não podemos aceitar essa situação. O transporte de numerário vem sendo discutido em nível nacional há bastante tempo, mas infelizmente, os bancos e, em especial, o Bradesco continua abusando dos trabalhadores”, protestou, lembrando que o ocorrido poderia ser evitado se o banco agisse em conformidade com a Lei 7.102, que regula o transporte de numerário. O agravante do fato é que recentemente, o Sindicato fez uma ampla campanha buscando a valorização dos trabalhadores do Bradesco.

Para o Secretário de Administração e Finanças da FETEC-CUT-PR e trabalhador bancário no Bradesco, Elias Hennemann Jordão, “é inadmissível o que ocorreu em Engenheiro Beltrão”. Em sua opinião, “por causa de uma mísera economia na contratação de um carro forte, o banco expõe seus trabalhadores a um risco muito alto. O movimento sindical rechaça essa atitude e só tem a lamentar, pois mesmo com os lucros exorbitantes, o Bradesco não oferece condições dignas para seus funcionários”, destacou.

Nesta terça-feira (7), dirigentes do Sindicato dos Bancários de Campo Mourão e Região estarão encaminhando à agência, um oficio manifestando indignação com a prática adotada pelo Bradesco, solicitando imediata abertura da CAT e cobrando mais condições de segurança para os trabalhadores também no interior da agência. A unidade bancária onde os bancários assaltados trabalham também já foi assaltada em janeiro de 2006. A agência é uma das quatro da região que ainda não possuem portas de segurança.

Fonte: Edson Junior – Fetec PR

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