Mantega quer Bradesco, Itaú e Santander ampliando a oferta de crédito

Na tentativa de romper a onda de desconfiança do mercado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou representantes dos três maiores bancos privados do país – Bradesco, Itaú Unibanco e Santander – para traçar um quadro positivo para a economia e assegurar que o governo está comprometido com a responsabilidade fiscal.

Em contrapartida ao esforço que, segundo ele, o poder público vem fazendo, o ministro pediu aos banqueiros que ampliem a oferta de crédito, como forma de sustentar o consumo em 2014, quando haverá eleições. A reunião ocorreu no gabinete do ministro em São Paulo.

Nos últimos anos, as instituições financeiras privadas colocaram o pé no freio das concessões de empréstimos e financiamentos devido ao forte aumento da inadimplência.

O volume das dívidas não pagas dentro do prazo cresceu por uma combinação entre o alto endividamento das famílias e a inflação elevada, que corrói a renda da população. Diante disso, o Palácio do Planalto obrigou osbancos públicos a ampliar sua presença no mercado. Hoje, a Caixa e Banco do Brasil detêm mais de 50% das linhas de crédito no país.

O governo vê o consumo como a principal mola propulsora do Produto Interno Bruto (PIB). Mas o cenário não anda nada bom para o consumidor, que vem perdendo poder de compra, conforme comprovou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de novembro, divulgado esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador, uma prévia da inflação oficial, subiu 0,57% , ante 0,48% em outubro. Em 12 meses, a expansão foi de 5,78%, bem perto do teto da meta, de 6,5%.

Rombo

A tolerância excessiva com a inflação e o péssimo resultado fiscal de setembro, com deficit recorde de R$ 9 bilhões nas contas públicas, resultado que contraria o discurso de austeridade do governo, são os principais fatores que estão minando a confiança do mercado na equipe econômica da presidente Dilma Rousseff.

Neste ano, as autoridades esperam entregar um superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida) de R$ 73 bilhões, que equivale a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB). O percentual está bem abaixo dos 2,3% da meta reduzida, com os abatimentos de investimentos e desonerações. A preocupação aumenta quando se olha para 2014, ano em que o esforço fiscal deverá ser menor, devido às eleições.

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