Manifestação contra medidas de austeridade leva 60 mil gregos às ruas

Trabalhadores protestam contra medidas que visam baratear as demissões

O primeiro ministro da Grécia, Antonis Samaras, apelou junto ao parlamento para que votassem a favor de um novo pacote de medidas de austeridade. Para ele, as medidas são cruciais para viabilizar a próxima rodada de negociações com fundos de resgate. Ele afirma que sem o resgate o país ficará sem dinheiro no próximo dia 15 e enfrentará uma “catástrofe”. Estão em jogo nas votações 13,5 bilhões de euros.

O novo pacote de medidas austeras (a terceira do país em quatro anos) objetiva acabar com o déficit orçamentário, reduzir a dívida e tornar a economia grega mais competitiva. As medidas incluem o aumento da idade mínima para aposentadoria de 65 para 67 anos, aumentos de impostos, redução da base salarial de magistrados, professores universitários, policiais, bombeiros, do Chefe do Estado Maior do Exército Grego, entre outras categorias.

Os trabalhadores acreditam que as propostas do governo, se aprovadas, irão apenas tornar mais fácil e barato demitir trabalhadores em um momento em que o desemprego chega a 25% e a recessão, que já dura cinco anos, diminui as possibilidades de se conseguir outros empregos.

A greve de 48 horas proposta por grupos contrários ao pacote atingiu o ápice na tarde de quarta-feira (7), quando 40 mil pessoas marcharam pelas ruas de Atenas e outras 20 mil nas de Tessalônica, segunda maior cidade do país.

Na capital, duas marchas que partiram de pontos diferentes se encontraram na Praça Syntagma, no coração da cidade. Além de entoar cantos como “Povo, não se curve!”, alguns manifestantes carregavam bandeiras gigantes da Grécia, de Portugal, da Itália e da Espanha, quatro dos países mais endividados da zona do euro.

A polícia isolou o parlamento e lançou gás lacrimogêneo nos manifestantes, que contra-atacaram com coquetéis molotov.

A terceira maior greve em apenas dois meses paralisou o transporte público e fechou escolas, bancos e prédios públicos.

“As políticas de resgate são catastróficas, ultrajantemente absurdas e serão um total fracasso”, disse Alexis Tsipras, líder do partido de oposição Syriza, a um jornal local.

O voto de quarta-feira sobre os cortes serão seguidos por uma segunda votação no domingo, na revisão do orçamento grego para 2013.

Caso aprovado, o empréstimo injetará 31,5 bilhões de euros no país, provenientes da União Europeira e do Fundo Monet´rio Internacional (FMI).

O partido Esquerda Democrática, membro menor da coalizão governista, afirma que votará contra os empréstimos. Apesar do amplo desagrado manifestado pela população, analistas prospectam um apoio de 154 dos 300 parlamentares às medidas, garantindo sua aprovação.

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