Lucro dos bancos cresce 20% em 2014, analisa Valor Econômico

Fabiana Lopes
Valor Econômico

Em ano eleitoral e de baixo crescimento econômico, os cinco maiores bancos brasileiros – Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander – reportaram juntos um lucro líquido 20,6% maior, de R$ 55,830 bilhões. E ao olharem para 2015, o discurso das instituições está apoiado no conservadorismo e na máxima de que é mais importante preservar a rentabilidade em detrimento do crescimento no crédito.

A promessa de entregar melhores resultados aos acionistas foi amplamente repetida, especialmente pelos bancos públicos, que nos últimos anos expandiram suas carteiras de crédito com taxas de juros mais competitivas, mas com ganhos menores. Agora, a estratégia de Caixa e BB é manter a atual participação de mercado nos empréstimos e correr atrás de um maior patamar de retorno – algo que Itaú e Bradesco, por exemplo, já entregam.

Apesar do espaço que essa estratégia da Caixa e BB abre aos bancos privados, este segundo grupo continua repetindo em coro que os empréstimos serão restritivos e com o foco na manutenção da qualidade dos ativos. Depois de encerrarem 2014 com crescimento de um dígito na carteira de crédito, é com este ritmo em mente que eles planejam 2015. O Bradesco prevê crescimento entre 5% a 9% de sua carteira e o Itaú de 6% a 9%. O Santander não divulga sua previsão, mas sua administração deixou claro que também vê um movimento de conservadorismo nos empréstimos.

Com essa postura, as despesas de provisão dos bancos privados refletiram um cenário de mais otimismo ao serem comparadas com as dos bancos públicos ao fim de 2014. No Bradesco, essas despesas cresceram 5,08%, enquanto no Itaú e Santander houve recuo de 3,62% e 19,86%, respectivamente.

No caso dos bancos públicos, as carteiras cresceram a dois dígitos no ano – 10,31% no Banco do Brasil e 23% na Caixa. A preocupação com o futuro não veio no discurso, mas ficou mais evidente nas despesas com provisão para créditos. Apesar das taxas de inadimplência de Caixa e BB continuarem mostrando um cenário de estabilidade na qualidade dos ativos, ambos ampliaram as provisões. No caso do primeiro, essa linha expandiu 43,1% entre 2013 e 2014, enquanto no BB a alta foi de 19%.

Em comum, os cinco bancos lançaram a missão de controlar os custos a taxas de crescimento abaixo da inflação em 2015 – objetivo que a maioria tem conseguido cumprir. A exceção ficou para Itaú, que teve as despesas administrativas crescendo 10% e a Caixa, onde a linha expandiu 12,6%. Além dessa tarefa, o quinteto também leva para 2015 o desejo de reforçar os ganhos com receitas de serviços em um ano de maior risco na economia e na cena política.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram