Lucro do Santander cresce e Contraf-CUT quer antecipação da PLR e PPRS

O Santander divulgou nesta terça-feira (3) um lucro líquido gerencial de R$ 5,8 bilhões em 2014, o que representou um crescimento de 1,8% em relação ao ano de 2013. O lucro no 4º trimestre do ano passado foi de R$ 1,5 bilhão, com alta de 3,9% em relação ao 3º trimestre do mesmo ano.

> Clique aqui para ver a análise do Dieese.

O resultado obtido no Brasil representou 19% do lucro global, que foi de 5,8 milhões de euros, o que significou um aumento de 39,3% sobre 2013. Só no Reino Unido o banco obteve participação semelhante. Nos demais país foi menor, mostrando mais uma vez a importância do nosso país para os ganhos do banco espanhol.

Antecipação da PLR e do PPRS

Logo após a divulgação do balanço, a Contraf-CUT enviou um ofício à diretoria do banco, reivindicando a antecipação do pagamento da PLR e do Programa de Participação nos Resultados Santander (PPRS), dentro da maior brevidade possível.

Para o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, “esse lucro bilionário do Santander só foi alcançado com o empenho e a dedicação dos funcionários do banco”. Na carta, foi informado que o Bradesco já decidiu antecipar o pagamento da PLR, cujo crédito será efetuado na próxima sexta-feira (6).

Em contato telefônico ao final da tarde com a Contraf-CUT, o banco informou que está analisando a possibilidade de antecipar o pagamento da PLR, do PPRS e dos programas de renda variável do segundo semestre de 2014.

Menos empregos, mais correspondentes

Conforme a análise do balanço feita pelo Dieese, a holding do Santander encerrou o ano com 49.309 empregados, o que significa uma redução de 312 postos de trabalho em 2014. “Mais uma vez, o banco andou na contramão da economia brasileira, que gerou 396.993 novos empregos em 2014”, critica Cordeiro.

Além de cortar vagas, o Santander fechou 61 agências e 93 PAB’s nos últimos 12 meses. Entretanto, o banco abriu 823 correspondentes bancários, precarizando o atendimento e a segurança dos clientes.

Contudo, apesar da redução de agências e PAB’s, a carteira de clientes cresceu significativamente (aproximadamente 1,6 milhão a mais em um ano).

“Com menos empregos e mais clientes, aumentam os serviços para os funcionários, prejudicando as condições de saúde e trabalho e ampliando o risco de adoecimento”, alerta o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

Mais crédito

Segundo o Dieese, o retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) ficou em 11,5%, com crescimento de 0,5 ponto percentual (p.p.) em doze meses.

A carteira de crédito ampliada do banco cresceu 7,9% em 12 meses, atingindo um montante de R$ 245,5 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 4,0% em relação a dezembro de 2013, chegando a R$ 78,3 bilhões.

Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 121,3 bilhões, com queda de 5,8% no segmento de pequenas e médias empresas e alta de 22,4% no segmento de grandes empresas em comparação a 2013.

A carteira de “financiamento ao consumo” apresentou queda de 2,9% em 12 meses.

Menor inadimplência

O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 0,4 p.p. em relação ao 3º trimestre de 2014, bem como em 12 meses, ficando em 3,3%. Com isso, foram reduzidas as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 16,4%, totalizando R$ 9,1 bilhões.

Maiores ganhos com aumento da Selic

O crescimento das receitas com Títulos e Valores Mobiliários e com Aplicações Compulsórias foi diretamente influenciado pelos sucessivos aumentos na taxa Selic. As primeiras cresceram 28,8%, totalizando R$ 17,9 bilhões. Já o resultado com aplicações compulsórias teve alta de 38,1%, totalizando R$ 3,2 bilhões.

“Esses números comprovam que os bancos e detentores de títulos públicos são os que saem ganhando com o aumento da Selic, enquanto a sociedade perde valiosos recursos que deveriam ser injetados no crescimento com desenvolvimento econômico e social do país”, aponta Cordeiro.

Tarifas pagam 1,5 folha de pagamento

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 3,6% em 12 meses, totalizando R$ 11,1 bilhões. As despesas de pessoal subiram 2,0%, atingindo R$ 7,4 bilhões.

Assim, em dezembro de 2014, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 149,7%.

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