Lobistas do ABN e do Santander tentam impedir audiência na Câmara

(São Paulo) Enquanto a Contraf-CUT estava no Congresso Nacional em busca de apoio dos parlamentares na luta pelo emprego, lobistas do ABN e do Santander tentavam impedir e sabotar a audiência pública na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, agendada para esta quinta-feira, dia 27.

Os bancos pressionavam pela não realização da audiência, ou sabotagem, através do esvaziamento da reunião. Também tentam impedir o comparecimento de representantes do Banco Central, usando o argumento é de que o negócio (a venda do banco) não foi realizado.

“Fica a pergunta: se os dois bancos dizem valorizar seus trabalhadores, então qual o medo de participar de uma reunião pública? Qual o medo de debater publicamente sobre a nossa maior preocupação: a manutenção do nosso emprego?”, questiona Marcelo Gonçalves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados do ABN, da Contraf-CUT.

Ele ressalta que, na Europa, o consórcio assumiu compromisso com os trabalhadores em relação o cumprimento dos acordos e leis de proteção do emprego e demais direitos durante dois anos. “O próprio Santander quando comprou o banco Central-Hispanico garantiu, por três anos, o emprego dos trabalhadores. Então, se assume compromissos com os trabalhadores europeus antes da venda e da conclusão do negócio, deve também assumir compromisso com os trabalhadores brasileiros”, conclui Marcelo.

Lamentável
Durante o corpo-a-corpo realizado no aeroporto de Brasília com deputados e senadores, a Contraf-CUT conversou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, que é ex-vice presidente do Santander. “Insistimos na necessidade de um acordo de garantia de emprego, porque as empresas são altamente lucrativas e com enormes rentabilidades. Citamos que o momento no país é de geração de emprego e o governo não admitir para demissão de 19.000 trabalhadores”, relata Miguel Raia, da COE do Santander.

O ministro falou das dificuldades de acordos sobre garantia de emprego, mas reconheceu que os trabalhadores europeus são protegidos diante de fusões de bancos. O ministro também reconheceu que a compra do Real é excelente e traz muitos ganhos para o banco Santander.

“Um dado interessante é que a única palavra que incomodou o ministro foi ‘monopólio’, que estava escrito no nosso material. Mas não se importou com as palavras desemprego e miséria. Muito interessante…”, conclui Raia.

Fonte: Contraf

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram