Jundiaí: Trabalho na área de saúde é reconhecido pela Unicamp

Um grupo de médicos formados pela Universidade de Campinas (Unicamp) visitou nesta semana (18/4) o Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região com o objetivo de pesquisar o atendimento prestado pelo sindicato aos trabalhadores que necessitam de acompanhamento em decorrência de doenças relacionadas ao trabalho.

Recebidos pelos diretores Silvio Rodrigues e Natalício Gomes, os residentes em Medicina do Trabalho contam que esta é a fase em que eles saem a campo para conhecer de perto a metodologia de atendimento nos vários segmentos. “No caso específico dos bancários há uma ocorrência maior na área da saúde mental”, explica a médica Juliana Vedovato. Segundo ela, as profissões que lidam com atendimento ao público e trabalham com cumprimento de metas são as mais sujeitas a desenvolver síndromes como a de Burnout, um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso.

O curso de Medicina do Trabalho é coordenado pelo médico Sergio de Lucca que em 2016 conduziu uma pesquisa, junto com o Sindicato, sobre o aumento de doenças mentais nos bancos.

Durante a visita, o sindicato apresentou a rotina de trabalho, com números de atendimentos e a forma como é realizado o encaminhamento. Os residentes também tiveram a oportunidade de conversar com trabalhadores que estão sendo assistidos pelo Sindicato.

O diretor Silvio Rodrigues lembrou que a Medicina do Trabalho também é bastante atrelada à questão jurídica. “Quando um profissional precisa de ajuda, o sindicato o orienta a procurar seu médico e também a se aconselhar com nosso departamento jurídico”.

A advogada do sindicato, Aparecida Neves, informou aos residentes que uma das maiores dificuldades enfrentadas na defesa dos profissionais é a falta de laudo médico conclusivo. “Muitas vezes os médicos não diagnosticam que o bancário desenvolveu transtorno mental em decorrência da carga de trabalho e das metas abusivas”.

O diretor Natal Gomes destaca a importância dessa parceria com a Unicamp. “É uma forma de podermos demonstrar a visão do trabalhador no que diz respeito à evolução dos transtornos mentais e de como eles veem o atendimento médico nesses casos específicos”.

Natal ressalta também a relevância da imparcialidade no atendimento médico. “Na maioria das vezes, em função do contrato de trabalho, os médicos do trabalho acabam sendo tendenciosos, prejudicando os trabalhadores”.

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