Itaú corta audiometria periódica no teleatendimento em São Paulo

Essencial para aos trabalhadores de teleatendimento, o exame periódico de audiometria não está sendo realizado pelo Itaú desde o começo do ano. O teste tem como objetivo detectar problemas auditivos: por meio de diversos tipos de sons e em diferentes intensidades, o paciente aperta um botão para confirmar o que está ouvindo.

“É um exame importante para todos ainda mais para quem trabalha nesta função. Muitas vezes são os próprios trabalhadores que regulam o volume dos fones que usam”, explicou Júlio Cesar Silva Santos, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Segundo o dirigente, os especialistas audiologistas indicam que o teste deve ser realizado no mínimo uma vez por ano, já que alguns problemas auditivos, dependendo da pré-disposição genética da pessoa e das condições nas quais vive e trabalha, podem se desenvolver em pouco tempo.

No entanto, para cortar custos o banco está realizando o procedimento, antes feito a cada seis meses, apenas para a admissão e demissão dos funcionários. “Com isso você só vai saber se desenvolveu algum problema na hora que sair do banco. É economia com a saúde do trabalhador, o que não admitimos. São cerca de sete mil funcionários de teleatendimento nas unidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, sem contar alguns que realizam a mesma função, mas em outros departamentos e até em agências”, ressaltou, lembrando que a mudança ocorreu sem que o Sindicato fosse informado.

Esses funcionários têm uma jornada de seis horas diárias na qual utilizam o chamado “headseat” (fone de ouvido com microfone), o que em longo prazo pode trazer perda auditiva por nível de pressão sonora elevada, denominada pelos médicos de “Painpse”. O problema também pode causar zumbidos, intolerância a sons intensos, dificuldade de compreensão de fala e até dores de cabeça e tontura.

“Nós temos receio que outros bancos também comecem a cortar a audiometria periódica. Já cobramos uma postura do Itaú, mas até agora não recebemos nenhuma resposta”, informou Júlio. O Sindicato também estuda denunciar a situação ao Ministério Público do Trabalho.

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