III Fórum Pela Visibilidade Negra: Avanços ainda não foram suficientes

O primeiro debate do III Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro contou com a presença do procurador Regional do Trabalho da Primeira Região do Rio de Janeiro, Wilson Prudente, na conferência “Efetividade dos Direitos Humanos do povo afrodescendentes”. O evento está sendo realizado nos dias 11 e 12 de abril, em Curitiba.

Prudente, que também foi relator da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil, iniciou afirmando que os povos afrodescendentes sempre tiveram papel importante nas conjunturas relevantes, a começar pela abolição da escravatura, um dos maiores movimento populares.

Apesar disso, historicamente, o protagonismo negro foi suplantado e substituído, pois o afrodescendente foi retirado do seu local de trabalho e colocado à margem da sociedade. Segundo o procurador, o resultado é uma história das relações raciais no Brasil construída a partir de mitos: o mito de que os negros já eram escravos na África; de que a escravidão brasileira foi pacífica e cordial; de que não houve protagonismo dos escravos na luta por libertação; e o mito de que não há racismo no Brasil.

“A grande questão do nosso tempo é que as máscaras estão caindo e não existe mais uma terceira via: ou partimos para a efetividade dos direitos humanos ou para a barbárie. Não podemos falar em democracia sem igualdade racial. Em um momento em que a sociedade brasileira está se vendo como ela verdadeiramente é, a democracia só terá validade se for para todos e com todos!”, concluiu.

Por fim, Wilson Prudente reforçou que, ao longo de toda república brasileira, a população afrodescendente foi e continua sendo mantida no andar de baixo. Para ele, a elite branca sempre foi arrogante. E, apensar dos avanços consideráveis, a desigualdade é tal que todas as conquistas ainda não foram suficientes para retirar os negros da invisibilidade.

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