HSBC usa práticas antissindicais contra protestos dos bancários em Curitiba

Mobilização contra demissões do HSBC no centro de Curitiba

Desde sexta-feira (7), um dia após o HSBC iniciar o processo de demissões em massa em todo o país, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região está tentando abrir um canal de diálogo com o banco inglês para mensurar o número de atingidos pelos desligamentos e negociar a suspensão das dispensa imotivadas. Contudo, o HSBC se nega a conversar com o movimento sindical e já afirmou que não irá comentar nada sobre as demissões.

Diante da paralisação dos quatro centros administrativos e das 14 agências de Curitiba em que houve demissões, o banco preferiu adotar uma postura intransigente.

“Em vez de demonstrar o mínimo de preocupação com os funcionários que tanto trabalham, se dedicam e constroem os resultados, o HSBC escolheu radicalizar nas práticas antissindicais e coagir os trabalhadores”, afirma Cristiane Zacarias, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC.

Demissões até nas contingências

Na segunda-feira (10), chegaram ao Sindicato denúncias de que o HSBC está realizando demissões também nos locais de contingência.

“Ou seja, o banco manda o funcionário ir trabalhar fora do local estabelecido em seu contrato de trabalho e, chegando lá, o demite”, lamenta Cristiane. “Os bancários denunciaram, inclusive, a existência de listas de demissões, que o banco fará cumprir independente de onde o funcionário esteja”, acrescenta.

Atas notariais

Como se já não bastassem as demissões e o contingenciamento, o HSBC também está obrigando os bancários a registrarem em atas notariais que estão sendo impedidos de entrar em seus locais de trabalho pelo Sindicato.

“Mais uma prática antissindical, de impedir o protesto dos bancários, na tentativa de conseguir um interdito proibitório que iniba a ação sindical e permita ao banco agir como quiser”, ressalta Cristiane.

Paralisações

Estão fechados nesta terça-feira (11) os Centros Administrativos HSBC Palácio Avenida, Vila Hauer, Xaxim e Kennedy e 14 agências: André de Barros, Brasílio Itiberê, Ceasa, Centro Cívico, Comendador Araújo, Hauer, João Negrão, Juvevê, Marechal Deodoro, Mercês, Novo Mundo, Orleans, Parolin e Passarela.

A paralisação é por tempo indeterminado. Em Curitiba e região, são 34 agências bancárias do HSBC e cerca de 5,5 mil funcionários.

No interior do Paraná, estão paradas nesta terça-feira 17 agências: Arapongas, Assis Chateaubriand, Bandeirantes, Cambé, Campo Mourão, Cruzeiro do Oeste, Douradina, Ibiporã, 4 agências em Londrina, Nova Esperança, Palotina, Paranavaí, Rolândia e Umuarama.

Reunião no MPT

Ainda na segunda-feira, a assessoria jurídica do Sindicato protocolou um pedido de mediação junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), na tentativa de abrir um canal de diálogo sobre o processo de demissões. Nesta terça-feira, o HSBC foi notificado pelo órgão para participar de uma reunião que irá acontecer nesta quarta-feira (12), às 15h, em Curitiba, entre o banco e o Sindicato, intermediada pelo MPT.

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