Crime contra a Lei de Greve, contra a organização do trabalho, prática anti-sindical. Está valendo tudo para os bancos tentarem enfraquecer a forte greve dos bancários. Diversos bancos têm utilizado recursos espúrios para ameaçar os trabalhadores que legitimamente aderiram ao movimento de greve. Um caso explícito aconteceu na agência do HSBC da rua Sete de Abril, no centro de São Paulo.
O fato aconteceu nessa terça-feira, dia 14. Os funcionários da agência não haviam entrado para trabalhar e participavam da greve, quando chegou uma pessoa, se dizendo advogado do banco. Junto com dois capangas, ele disse que trazia uma mensagem da superintendência, que haveria “mandado” abrir a agência. Segundo ele, quem não entrasse para trabalhar teria o nome enviado para a direção. Mesmo assim, inicialmente, apenas poucos funcionários decidiram furar a greve. Depois de reaberta a agência, os outros voltaram ao trabalho.
Os diretores da Contraf/CUT Miguel Pereira e Neemias Rodrigues, que presenciaram o ocorrido, lamentam que situações absurdas como essa estejam se repetindo em vários lugares do país. “A superintendência já vinha fazendo terrorismo sobre os gerentes, que repassavam a pressão para os funcionários. Diziam ‘a agência tem que abrir e vocês têm que entrar’. Como os funcionários estavam mobilizados, fizeram esse ‘teatrinho’ com o advogado e os seguranças”, conta.
Miguel informa que a Contraf/CUT irá denunciar o HSBC por prática anti-sindical e descumprimento da Lei de Greve. “Além da utilização deste artifício, é fácil provar a pressão feita pelo gerente administrativo Sérgio via celular. Uma perícia judicial poderá comprovar as inúmeras ligações para pressionar os bancários”, sustenta.
