Greve dos bancários cresce em Pernambuco e obtém 69% de adesão

A greve nacional dos bancários ganhou ainda mais força em Pernambuco nesta quarta-feira, 1º de outubro, segundo dia de paralisação. O total de agências no Estado que aderiram ao movimento subiu para 423, número que representa 69% das 610 unidades. Com isso, a greve cresceu cerca de 16% em relação ao primeiro dia.

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Jaqueline Mello, a greve deste ano está muito forte.

“A paralisação começou em Pernambuco com mais adesões que no ano passado. O levantamento nacional mostra o mesmo cenário em todo o país. E ainda temos espaço para crescer muito mais. No ano passado, por exemplo, o auge da nossa greve parou 80% das agências do estado. Neste ritmo, vamos superar os números de 2013”, avalia Jaqueline.

Ela destaca que, por enquanto, a federação dos bancos (Fenaban) segue em silêncio, sem nenhum contato com os sindicatos para retomar as negociações. “Estamos abertos para o diálogo com os bancos. Enquanto isso não acontece, vamos fortalecer a greve a cada dia para pressionar a Fenaban e mostrar para os bancos que os bancários são de luta. Não vamos encerrar essa campanha sem que nossas reivindicações sejam atendidas”, afirma Jaqueline.

Mobilização

O Sindicato inovou sua estratégia na greve desde ano. Todos os dias, a entidade escolhe um corredor bancário para realizar atividades de mobilização e protestos. Nesta quarta-feira, o ato foi promovido, pela manhã, nos bancos da avenida Guararapes, região central do Recife. Durante as atividades, os dirigentes do Sindicato se revezaram no microfone para convocar para a luta os bancários que ainda não haviam aderido à greve.

“Também aproveitamos para explicar para a população os motivos da nossa greve e mostrar que temos uma série de reivindicações que interessa aos clientes, como a contratação de mais bancários para melhorar o atendimento, a redução dos juros e tarifas e a ampliação do crédito. Graças à esse diálogo, e também com todos os problemas que os bancos criam para os brasileiros, ganhamos muitos apoios da população”, conta a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues.

Os protestos diários dos bancários prosseguem nesta quinta-feira, dia 2, com um ato em frente à sede do Banco Central no Recife, na Rua da Aurora, entre 10h e 12h. O objetivo da manifestação, que será realizada pelos bancários em todas as cidades do país com representação do BC, é repudiar as propostas de independência do Banco Central e defender o fortalecimento do papel dos bancos públicos. Os dois temas estão no centro do debate eleitoral e a categoria tem posição histórica definida em seus fóruns nacionais.

Também nesta quinta-feira, às 18h, o Sindicato realiza nova assembleia com os bancários para avaliar os primeiros dias de greve e organizar a mobilização para os dias seguintes.

Greve forte

Neste segundo dia de greve, os bancários dos bancos públicos pararam quase que a totalidade das agências de Pernambuco. Ao todo, 293 das 304 unidades do estado aderiram ao movimento, número que representa 96% de paralisação, ou 16% a mais que no primeiro dia.

Já nos bancos privados, a greve cresceu 12% nesta quarta-feira, paralisando 130 das 306 agências pernambucanas (42% de adesão). Além das agências, a greve também atingiu os centros administrativos dos bancos.

Em todo país, subiu para 7.673 o número de agências e centros administrativos de bancos públicos e privados fechados nesta quarta-feira. Foi um crescimento de 16,75% (1.101 agências a mais) em relação ao primeiro dia de greve, quando 6.572 unidades foram fechadas.

Entre as principais reivindicações dos bancários estão o reajuste salarial de 12,5% e a valorização do piso para R$ 2.979,25, valor equivalente ao salário mínimo calculado pelo Dieese. Os bancários também têm reivindicações que visam proteger o emprego, acabar com a terceirização e melhorar as condições de trabalho e saúde, como o combate às metas abusivas e ao assédio moral.

Depois de oito rodadas de negociação, os bancos só ofereceram 7,35% de reajuste (0,94% de aumento real) no salário, na PLR e nos auxílios, além de 8% (1,55% acima de inflação) de aumento no piso. A proposta dos bancos não atende nenhuma reivindicação sobre emprego, saúde, condições de trabalho e outras importantes demandas dos bancários.

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