Greve dos bancários cresce e paralisa 87% das agências do Recife

Cerca de 10 mil dos 12 mil bancários de Pernambuco cruzaram os braços

A greve dos bancários ganhou ainda mais força em Pernambuco na sexta-feira, dia 21, com a paralisação de 87% das agências e todos os prédios administrativos dos bancos públicos. No quarto dia de mobilização, cerca de 10 mil dos 12 mil bancários do estado cruzaram os braços e fecharam 451 unidades. Assim, a greve chegou ao final da primeira semana mais forte que a paralisação do ano passado que, na média, teve 70% de adesão.

O grande destaque do dia ficou por conta do Recife, com a paralisação de 95% das 202 agências que funcionam na capital. Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Jaqueline Mello, a greve dos bancários já é uma das maiores da história e um exemplo de mobilização para os demais trabalhadores.

“Não é a toa que os bancários têm uma série de direitos que vão muito além das leis trabalhistas. Todas as nossas conquistas foram arrancadas com muita luta e este ano não será diferente. Queremos que nossas reivindicações sejam atendidas e, para isso, vamos continuar fortalecendo a greve para pressionar os bancos e garantir um bom acordo para a renovação da Convenção Coletiva, que acaba de completar 20 anos”, destaca Jaqueline, que viajou a São Paulo na sexta-feira para participar da reunião do Comando Nacional dos Bancários.

Greve histórica no Recife

Diante do silêncio da Fenaban, o Sindicato decidiu fortalecer a greve e percorreu todas as unidades que ainda estavam abertas no Recife para convencer os bancários a engrossar o movimento.

Segundo a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues, algumas agências de Boa Viagem, Imbiribeira e Afogados ainda estavam funcionando. “Passamos pelas unidades abertas e fizemos reuniões com os bancários para explicar a importância de todos entrarem na greve. Esse diálogo tem nos ajudado bastante na mobilização, já que os bancários têm compreendido que este é o momento de parar para que os banqueiros retomem as negociações”, diz Suzi.

A diretora do Sindicato, Janaína Kunst, enfrenta sua primeira greve como dirigente sindical. Bancária do Banrisul há três anos, ela se surpreendeu com a mobilização da categoria.

“Quando a gente está na base, vemos a greve de um jeito. Agora, no Sindicato, vejo por outra ótica. Essa não é mais uma greve, é uma causa que temos de abraçar e levar adiante porque toda a categoria depende das ações organizadas por nós, no Sindicato”, diz Janaína.

Apoio dos clientes

Apesar da paralisação ser quase total, os clientes continuam apoiando a greve dos bancários. O comerciante Udison Borges, cliente do HSBC de Boa Viagem, entende que a greve é necessária. “Se os bancários não parassem ficariam à mercê dos banqueiros. E aí a gente sabe como é: os bancos só vão oferecer o que quiserem”, comentou.

A servidora pública, Jandira Rodrigues, cliente do Bradesco Concórdia, acredita que a greve é muito justa. “Eu já fui bancária do antigo Bandepe e sei que no sistema financeiro só os bancos ganham dinheiro. Tudo que a gente usa nos bancos é pago. Até para respirar dentro da agência a gente tem de pagar”, disse.

Assembleia

Sem nenhuma proposta dos bancos, a greve dos bancários prossegue nesta segunda-feira 24, sétimo dia de paralisação. O Sindicato convoca todos os bancários para a mobilização e realiza assembleia que discutirá o andamento da greve. A reunião será às 18h desta segunda, na sede da entidade (Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife).

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