(São Paulo) Começaram nesta terça-feira, dia 21, as negociações da Campanha Salarial dos Financiários. Durante a reunião, a Contraf-CUT destacou para os representantes das empresas as prioridades da minuta de reivindicações, entregue há um mês.
“A pauta dos financiários contém 91 artigos. Destacamos as trinta prioridades nesta primeira rodada de negociações, entre elas o enquadramento dos trabalhadores da categoria, a PLR, o fim do assédio moral e das metas, a assistência média e odontológica e o pagamento de todas as horas extras. As empresas ficaram de analisar e nova rodada de negociações foi marcada para o dia 11 de setembro”, explica Sérgio Siqueira, diretor da Contraf-CUT.
Os representantes dos financiários também destacaram para a Fenacrefi que a federação patronal tem todas as condições de atender às reivindicações. “Por trás de toda financeira há um banco, que são campeões em ganhar dinheiro no Brasil. Um dia antes das negociações, o banco Pan-americano, que integra a mesa da Fenacrefi, anunciou seu balanço do semestre passado com um aumento de 171% na lucratividade. No mesmo período do ano passado ganhou R$ 37 milhões e agora R$ 101 milhões. Isso é só para dar um exemplo da saúde das financeiras”, comenta Siqueira.
O diretor da Contraf destaca que a inclusão de todos os trabalhadores das financeiras no acordo coletivo é imprescindível. “Vamos lutar muito por esta questão, inclusive para incluir os promotores de crédito no acordo. Desde que a Contraf-CUT foi criada há quase dois anos, os trabalhadores do sistema financeiro estão mais fortes e lutando para que todos estejam sob a mesma convenção coletiva”, finaliza Sérgio Siqueira.
Participaram da negociação representando os financiários, além de Siqueira, José Uilton (Brasília), Juvândia Leite e Antônio Inácio Pereira Júnior(São Paulo), Ricardo Oliveira (Bahia), Walmir Gomes e Viníciuss Martins (Santos), Luiza Helena de Castro (Guarulhos), e Miguel Pereira (Contraf-CUT).
Confira os principais pontos da pauta de reivindicações:
Aumento real de salários
Reajuste acima da inflação
14º salário
No mês da celebração do acordo
Proteção salarial
Recomposição do vencimento sempre que a taxa de inflação acumulada alcançar o percentual igual ou superior a 3%
PLR
Entre 5% e 15% do lucro líquido da financeira. Não serão compensados valores efetuados por planos próprios de remuneração variável, PL e PPR
Unificação da data-base
Financiários de todo o Brasil garantidos com a mesma data-base dos bancários, em 1º de setembro
Adicional por tempo de serviço
Anuênio de 2%, cumulativamente, calculado sobre todas as verbas de natureza salarial
Hora-extra
Todas as horas extraordinárias pagas com o adicional de 100%
Auxílio-refeição
R$ 15,12 por dia de trabalho
Cesta-alimentação
Mensal de R$ 238,40
Auxílio creche/babá
Mensal de R$ 151,09
Outros benefícios
Auxílio para filhos em período escolar, auxílio para filhos excepcionais ou portadores de deficiência física, auxílio educacional e auxílio funeral
Isenção total de tarifas
Além das tarifas, cobrança de juros menores para os empregados
Fundo de previdência complementar
As empresas devem instituir e patrocinar, no prazo de 180 dias, um Fundo de Previdência Complementar fechado para todos os seus empregados, com objetivo de garantir a complementação de aposentadoria.
Proteção do emprego
Garantia de emprego, garantia contra dispensas imotivadas, suspensão das terceirizações
Jornada
5 horas diárias e 25 horas semanais, garantindo-se um intervalo de 15 minutos diários para refeição ou descanso, incluídos na jornada
Igualdade de oportunidades e de tratamento
Isonomia de tratamento para homossexuais, promoção da diversidade, mesa temática sobre igualdade de oportunidades, contratação de portadores de necessidades especiais.
Condições de trabalho
Combate ao assédio sexual e ao assédio moral, mais segurança nos estabelecimentos e eliminação de riscos à segurança e saúde
Saúde
Assistência médica, hospitalar, odontológica e farmacêutica
Fonte: Contraf-CUT
