Entidades que representam os bancários querem unir forças nesta Campanha

(São Paulo) Um dia antes da entrega da minuta de reivindicações dos bancários para a Fenaban, a categoria deu mais um passo em busca da unidade nacional. Num encontro histórico que reuniu o comando da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da recém criada União Geral dos Trabalhadores (UGT), os representantes dos bancários reafirmaram a necessidade de garantir uma única mesa de negociações com os bancos, reunindo do lado de cá os bancários filiados às duas centrais.

Durante a reunião, o presidente da Contraf-CUT, Vagner Freitas, convidou o presidente da UGT, Ricardo Patah, para participar da entrega da minuta de reivindicações junto com o presidente da CUT, Artur Henrique, nesta sexta-feira, dia 10. “Já é uma tradição para os bancários que a nossa minuta seja entregue aos banqueiros pelo presidente da CUT. Este ano queremos que as duas centrais participem da cerimônia, como marca da unidade pela qual os bancários sempre lutaram”, afirmou Vagner.

Patah disse que a unidade dos bancários é um exemplo e uma vitória para todos os trabalhadores do Brasil. Ele explicou que a UGT nasceu da fusão de três centrais sindicais e que, portanto, lutar pela unidade dos bancários é o caminho natural da entidade. “A UGT não vai medir esforços para que os trabalhadores do ramo financeiro estejam juntos nesta campanha”, garantiu.

Vagner Freitas destacou que a mesa única de negociações com os bancos é de fundamental importância para o fortalecimento dos bancários. Ele ressaltou que os banqueiros estão cada vez mais unidos e que, se os trabalhadores não se unirem também, o poder de pressão e a possibilidade de derrotar os patrões ficam mais difíceis.

“Nós temos um inimigo comum que são os bancos. Precisamos nos unir para sermos mais fortes. Sabemos que é muito difícil buscarmos a unidade entre as entidades que possuem história e pensamentos diferentes, mas este é o momento para nos juntarmos. Não queremos fazer as coisas com atropelo, mas a hora é agora”, disse Vagner.

O presidente da Contraf fez questão de frisar que, embora a Confederação cutista represente mais de 90% dos bancários do país, na mesa única de negociações nenhuma entidade será subvalorizada ou ficará sem representatividade. “Já temos um Comando Nacional que agrega várias tendências da CUT. Nós queremos que todos tenham representatividade, até porque a última palavra sempre é dos bancários na base, que dizem sim ou não em assembléias. Ninguém pode passar por cima disso”, afirmou.

O presidente da CUT, Artur Henrique, disse que a unidade é muito positiva e que, mesmo com diferenças de idéias, é possível se unir em prol dos trabalhadores. “Já provamos isso com as marchas pelo aumento do salário mínimo e na luta contra a emenda 3. As centrais sindicais se juntaram e conseguiram mostrar uma força muito maior”, explicou.

Artur lembrou que a Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, realizada pela Contraf no final do mês passado, mostrou com muita força a vontade da categoria pela mesa única. “Temos que deixar as divergências históricas de lado e aproveitar o momento para unir forças. A CUT vai fazer todos os esforços possíveis pela mesa única de negociações dos trabalhadores do ramo financeiro, que são exemplo para todos. Formam a única categoria que possui uma convenção nacional que vale para todos os bancários do país. A mesa única vai nesse rumo e fortalece a categoria como um todo”, destacou.

Para Lourenço Prado, presidente da Contec, a criação da UGT, no dia 21 do mês passado, abriu a possibilidade para que sua entidade esteja ao lado da CUT nesta Campanha Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro.”A mesa única de negociações é de uma importância tão grande, que só vamos ter a real dimensão do seu significado ao longo do tempo”, disse. Lourenço afirmou que o principal empecilho para que a Contec participe das negociações ao lado da Contraf é o tempo. “Nós estamos fazendo essa discussão desde o dia 21 passado, portanto, há menos de vinte dias. A Contec já havia realizado a sua conferência nacional, definido sua pauta de reivindicações e o calendário de lutas. Isso é importante, mas sabemos o que significa a mesa única. Vamos continuar as discussões porque esta reunião é só o pontapé inicial para encontrarmos o melhor caminho”, afirmou.

Embora a Contec não vá participar da entrega da minuta nesta sexta-feira, nova reunião será realizada nos próximos dias. O objetivo é que todas as entidades que representam os bancários estejam do mesmo lado até o início efetivo das negociações.

Fonte: Contraf-CUT

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