Encontro reúne colegas para discutir Cabesp e Banesprev

Os banespianos se reuniram, na manhã de quarta-feira (1), no Sindicato dos Bancários de São Paulo, para se inteirar sobre a situação do Banesprev e da Cabesp. Convocado pela Afubesp e sindicatos, o encontro teve como objetivo esclarecer os colegas sobre as ameaças que rondam as duas entidades, tais como o desmonte da Caixa Econômica Federal, com diminuição de coberturas, aumento no teto da coparticipação e reforma no Estatuto.

Já com o Banesprev, ocorre que o Santander investe em acabar com os poderes deliberativos da assembleia de participantes, transformando o Conselho Deliberativo em única instância maior de decisão.

A reunião contou com a presença do presidente da Afubesp, Camilo Fernandes, os diretores Wagner Cabanal, Vera Marchioni (também integrantes da chapa ‘Mãos Dadas pela Cabesp’) e o secretário-geral Walter Oliveira.

Quanto à situação do Banesprev, o alerta principal foi sobre a possibilidade de a PREVIC (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) aceitar a alteração proposta pela patrocinadora e esvaziar o poder dos participantes na gestão do fundo. “Se a Previc aceitar o fim da assembleia, estará se contradizendo. E se não nos mobilizarmos contra isso, daremos um cheque em branco para o Santander retirar nossos direitos”, afirmou Walter Oliveira, que criticou a visão financista da entidade.

A mensagem é clara: o patrimônio de ambas as entidades pertence a ninguém mais, ninguém menos do que os seus próprios participantes e assistidos. Por isso, como bons banespianos, as associações buscam união contra retrocessos. Inclusive, em reuniões com a nova presidente da Cabesp, Maria Lúcia Ettore, se posicionando contra o aumento do teto da coparticipação que hoje é de R$ 125 e passaria a R$ 270 – com o detalhe perverso da individualização. Ou seja, o valor recairia para cada membro da família.

Na opinião de Camilo Fernandes, é preciso saber qual a premissa utilizada nos estudos apresentados pela Cabesp, que argumenta déficit operacional apesar de possuir um patrimônio invejável e sólido. “Não vamos aceitar que transformem nossa Cabesp em um plano de quinta categoria”, disse.

Para Vera Marchioni, a intenção do banco em aprovar o aumento no teto da coparticipação é jogar o custo na costa dos trabalhadores, além de desmontar a entidade baseando-se na legislação da ANS e diminuindo a qualidade do atendimento. A Cabesp sempre esteve além desta legislação, oferecendo excelência aos seus associados. “Se está falando dinheiro, quanto falta? Qual é o melhor momento para fazer esta reposição?”, provocou a dirigente, propondo outras saídas para o problema.

O aumento da coparticipação, por exemplo, empurra muitos associados para fora da Caixa, já que o regulamento é duro com os participantes quanto ao pagamento – sendo o suposto mal uso da Cabesp por parte de alguns associados o argumento para a tomada desta atitude. “Em vez de penalizar, existem outras soluções”, ressaltou Wagner Cabanal. É preciso estar atento à governança e não deixar que a voz dos trabalhadores seja diminuída nesse processo, além da importância de exercer o direito do voto nas eleições estatutárias da Cabesp que estão em curso. “Hoje, não temos mais acesso à diretoria da Cabesp para buscar soluções aos nossos problemas. Estamos cada vez mais longe dos próprios representantes eleitos”, completou Cabanal.

Para demonstrar a força dos banespianos e resistir a estes retrocessos, foi aprovado por unanimidade ao final do encontro uma grande campanha em defesa da Cabesp e do Banesprev com datas a serem definidas.

Com a palavra, os associados

Durante as intervenções dos presentes, relatos de problemas com o atendimento Home Care, suspensão de coberturas, extratos astronômicos e desabafos sobre a união dos colegas em prol destas causas coletivas. De Belo Horizonte, o associado Andrade contou sobre a dificuldade que alguns colegas têm com o convênio reciprocidade (principalmente em locais como Belém e Manaus). “Nos é ofertado pela Cabesp o mínimo, o que não é o que precisamos e merecemos”, pontuou. Na visão da Afubesp e dos candidatos apoiados pela associação e sindicatos, é inadmissível que os assistidos de outros estados tenham de sofrer com o fim de convênio de um dia para o outro.

“Estou à espera de um milagre. O que fazer para que o pessoal do Plano II, que é a maioria que não participa das eleições, participe? Tem quem não saiba onde está a cédula em casa. Vamos ter de esperar que nossa situação chegue aonde?”, desabafou Meme Monteiro.

Já a colega Cidinha Santos não esteve presente no encontro, mas fez questão de enviar seu relato. O drama com o Home Care se desenrola desde 2010, quando sua mãe – Maria dos Reis Santos – sofreu um AVC e piorou aos poucos até passar a sofrer isquemias constantes e necessidade de tratamento com fonoaudióloga. Com a perda de orientação da paciente e a dificuldade cada vez mais acentuada em tirá-la da cama, Cidinha solicitou o atendimento de uma auxiliar de enfermagem, o que foi autorizado após avaliação. “Há dois meses a fonoaudióloga me informou que a empresa de home care havia dito que era para dar alta para a minha mãe, a pedido da Cabesp”, contou. A argumentação da Cabesp era que o tratamento havia sido o suficiente, mesmo com recomendação médica de que isso poderia causar regressão no quadro.

Na última semana, segundo a banespiana, uma funcionária do Home Care a informou de que o serviço de banho feito pela auxiliar de enfermagem terminaria em outubro. “Questionei a Cabesp por telefone e enviei e-mail à Ouvidoria. Me responderam que o atendimento domiciliar era uma liberalidade da Cabesp e poderia ser cancelado a qualquer momento”, disse. Ao momento da entrevista, Maria estava sendo medicada no hospital por conta de uma piora e aguardava alta. Segundo Cidinha, a remoção solicitada só veio seis horas após a beneficiária ter sido liberada.

Indicamos que para aqueles associados que estejam passando por dificuldades com a Cabesp que entrem em contato com a Diretoria, registrando por escrito exigindo seus direitos. Por fim informamos que a Afubesp e Sindicatos estarão sempre à disposição para auxiliar aqueles que precisarem, seja para obter informações ou em última instância, nas vias judiciais.

 

 

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