Empregados da Caixa realizam atos em defesa do banco a partir da próxima quarta-feira

Os trabalhadores da Caixa Econômica Federal de todo o país vão realizar, a partir da próxima quarta-feira, atos semanais em defesa do banco 100% Público e por melhores condições de trabalho. O objetivo destas manifestações é alertar a população sobre o processo de desmonte da empresa. Durante negociação, ocorrida nesta terça-feira (15), representantes do banco anunciaram que 100 agências estão sendo reavaliadas e poderão ser fechadas ou fundidas com outras unidades, dependendo do seu desempenho, principalmente o financeiro.

 “Nos posicionamos contrários ao fechamento de unidades e reforçamos que a Caixa é um banco que deve manter sua presença em todo o país, que isso faz parte de sua função social. Vamos alertar os brasileiros de que o banco público, responsável por cerca de 70% do crédito imobiliário e por programas sociais fundamentais para o país, está sendo desmontado por este governo”, destaca Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).

A orientação, aprovada em reunião de planejamento da CEE, realizada nesta quarta-feira (16), na sede da Fenae em Brasília, é que sindicatos e federações promovam atos públicos nas unidades, reuniões nos locais de trabalho, audiências públicas, entres outras iniciativas, para chamar atenção da sociedade para a política do governo que visa o enxugamento da Caixa e a redução do seu papel social.

A ampliação das ações em defesa da Caixa, envolvendo os mais diversos segmentos sociais como prefeituras, câmaras de vereadores, associações de bairro, dentre outros, foi uma das deliberações do 33º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), realizado em São Paulo, 29 de junho a 2 de julho deste ano.

 “A política de desmonte adotada pelo governo é um problema que não afeta somente os trabalhadores da Caixa, mas todos os brasileiros. Em mais de 150 anos de existência o banco financiou a habitação, obras de infraestrutura, projetos de geração de renda, políticas sociais, além de crédito com juros mais baixos. Não podemos aceitar que o governo restrinja a atuação da empresa privilegiando interesses privados”, reforça o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Conforme orientação da CEE, os atos deverão ser realizados todas quartas-feiras – a partir do dia 23 de agosto- até a próxima negociação para pressionar a Caixa a rever medidas que precarizam as condições de trabalho e o atendimento à população, como fechamento de agências, reestruturação, verticalização e a ampliação do programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP). “ Nossa orientação é que seja distribuída uma carta aberta aos clientes e usuários e seja feita coleta de assinaturas de abaixo-assinados, para subsidiar audiências públicas, visitas às câmaras de vereadores e nas próprias entidades, conforme o calendário deliberado em cada região”, acrescenta Dionísio Reis.

A Contraf-CUT disponibilizará a partir desta sexta-feira (17) a carta aberta à população.

 Nenhum Direito a Menos
Na reunião desta quarta-feira, a CEE/Caixa avaliou que é fundamental o engajamento dos empregados da Caixa na Campanha Nacional em Defesa do Emprego e dos Direitos 2017, coordenada pela Contraf-CUT e o Comando Nacional dos Bancários.

No dia 8 de agosto, o comando entregou à Federação dos Bancos Termo de Compromisso que contém 21 pontos que visam a proteção dos empregos e de direitos históricos da categoria, ameaçados pela Lei das Terceirizações (13.429/2017) e a nova Lei Trabalhista (13.467/2017). O objetivo é defender os trabalhadores dos efeitos nocivos dessas leis.

Outro encaminhamento deliberado pela CEE/Caixa foi de que irá definir estratégia jurídica de enfrentamento a prática do Caixa Minuto, o que considera ser a “uberização” do trabalho. Na mesa permanente, o banco informou que tem, atualmente, 12.180 caixas efetivos e que no mês de junho 22 mil trabalhadores atuaram como caixa ganhando por minuto.

Dias de Greve
Durante a mesa de negociação, os trabalhadores cobraram da Caixa posicionamento sobre a adesão às greves gerais de 15 de março, 28 de abril e de 30 de junho.  A Comissão reivindicou que o banco retire a classificação de ‘falta injustificada’ e substitua por ‘falta greve’”, para evitar prejuízos no encarreiramento dos empregados. A empresa ficou de analisar a reivindicação.

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