Em reunião com Itaú no Rio, bancários repudiam revista de funcionários

Sindicato avisou que se trata de prática constrangedora e inaceitável

Durante reunião realizada com o Itaú na última quinta-feira, dia 19, o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro protestou contra a revista a funcionários, o que representa um constrangimento para os trabalhadores. Os representantes do banco alegaram que a nova norma não prevê revista pessoal e íntima dos empregados, mas somente nos casos em que o trabalhador portar embalagens com grandes volumes. Além disso, a empresa jogou sobre os gestores a responsabilidade pelas revistas pessoais.

Ruídos

Após a mobilização e indignação da categoria, o banco havia dito que nenhum trabalhador “pode ser tocado ou ter seus pertences remexidos”. Na reunião, o banco alegou que pelo fato de a mensagem não ter sido emitida por escrito, houve ruído na comunicação que acabou sendo mal interpretada.

Os executivos do Itaú disseram ainda que a intenção é combater os casos de sequestro de bancários. O banco informou que vai redigir e repassar a todas as agências e departamentos nos próximos dias uma nova normativa sobre o assunto.

“O problema é que, de qualquer forma, a ideia da inspeção está mantida, o que é sempre constrangedor para o trabalhador. Não vamos admitir nenhuma forma de revista e os bancários que se sentirem constrangidos devem denunciar imediatamente ao Sindicato”, disse a vice-presidente do Sindicato, Adriana Nalesso.

A sindicalista defendeu ainda mais investimentos em tecnologia de segurança. “O Itaú tem que investir mais em segurança, em vez de constranger as pessoas. Poderia usar como exemplo o modelo de ‘abertura remota”, utilizado pela Caixa Econômica Federal, que acaba com o porte das chaves pelos bancários”, acrescenta. Outro exemplo citado na reunião como modelo de segurança é a tecnologia utilizada em aeroportos que identifica os objetos portados pelos passageiros.

Constrangimento

O Sindicato recebeu várias denúncias de bancários revoltados com o constragimento a que foram submetidos durante as revistas íntimas, feitas na entrada, no intervalo para o almoço e no fim do expediente. Bancárias chegaram a chorar diante da situação humilhante.

Os representantes do banco alegaram ainda que a medida visa combater os sequestros de bancários. “Nesse caso, a iniciativa do Itaú deve ser investir ainda mais em segurança, protegendo também a vida de clientes. A maneira atropelada com que o banco tratou a questão gerou insatisfação geral entre os empregados. Não podemos ser tratados como pessoas suspeitas”, disse o diretor do Sindicato Ronald Carvalhosa, que participou da reunião.

Também participaram da reunião as diretoras Kátia Branco e Jô Araújo, além do advogado criminalista do Sindicato João Custódio e do presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), Nilton Damião.

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