Dia de Luta: bancários retardam abertura de agências em Catanduva

Dirigentes do Sindicato debateram reivindicações da Campanha Nacional 2015

Os bancários de Catanduva, mobilizados no Dia Nacional de Luta, retardaram a abertura da agência central do Bradesco do município em 30 minutos, nesta quarta-feira (23). Em reunião com dirigentes do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, eles debateram reivindicações da Campanha Nacional da categoria e declararam apoio irrestrito à campanha “Exploração Não Tem Perdão”.

A ação do Sindicato de Catanduva, orientada pelo Comando Nacional, ocorre dois dias antes da negociação com a Fenaban, marcada para a sexta-feira 25, quando as instituições financeiras devem apresentar sua proposta às reivindicações da categoria na Campanha Nacional 2015 – depois de evitarem negociar na mesa sobre remuneração, no dia 16, alegando “crise”.

“Esperamos que as reivindicações da categoria sejam enfim atendidas no dia 25. Que os bancos confirmem não apenas o aumento real, mas garantam significativas melhorias nas condições de trabalho, saúde e segurança. E, sobretudo, que não empurrem a categoria para a greve”, comentou o dirigente sindical Roberto Carlos Vicentim durante a mobilização no Bradesco.

Na área de saúde, diz Vicentim, a direção do banco reconheceu o adoecimento causado aos trabalhadores e que pode haver excesso de cobrança das metas. Além disso, prometeu apurar casos de assédio verificados pelos órgãos internos, conforme prevê cláusula 51ª da CCT – instrumento de prevenção e uma das grandes conquistas da Campanha Nacional de 2010.

“Entre nossas reivindicações estão exatamente o fim das metas abusivas e do assédio moral. Com uma rotina de trabalho cada vez mais estressante, a categoria bancária está entre as que mais apresentam problemas de saúde com causas no ambiente e nas condições de trabalho”, aponta o dirigente, ressaltando que as denúncias devem ser direcionadas ao Sindicato.

Banco não tem crise
Enquanto a previsão para a variação do PIB do país para os próximos dois anos é de menos 2%, os lucros dos três maiores bancos privados crescem – e muito.

O resultado líquido do Itaú no primeiro semestre deste ano (R$ 11,942 bilhões) é 25,7% superior ao do mesmo período de 2014; o do Bradesco é 20,6% maior (R$ 8,8 bilhões); e o do Santander cresceu 15,5% (R$ 3,3 bilhões). Somados ao BB e à Caixa, os cinco maiores bancos lucraram, juntos, R$ 36,3 bi, crescimento de 27,3% em relação ao primeiro semestre de 2014.

Cerco aos assediadores
Durante a reunião no Bradesco, os dirigentes do Sindicato dos Bancários de Catanduva deram o recado em bom tom de que o cerco aos assediadores está sendo fechado. “O Sindicato está de olho nos casos de assédio em todas as instituições financeiras. Aos casos de metas absurdas e inatingíveis. E no Bradesco isso não é diferente”, alertou o sindicalista Júlio César Trigo.

Desfecho no dia 25
O Comando Nacional dos Bancários questionou os bancos sobre a razão da nova rodada de negociações ocorrer somente no dia 25 – mais de uma semana depois da reunião anterior. O argumento da Fenaban é que alguns presidentes das instituições, que devem decidir sobre uma proposta mais ampla, estarão fora do país até o dia 24, quando haverá reunião entre eles.

“Protestamos pela demora, pois eles estão com nossa pauta há tempos, mas os bancos não deram saída e disseram que só podem voltar a negociar no dia 25, mas vão trazer uma proposta”, relatou Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando. “Não pode passar dessa data. Se os bancos vierem com proposta ruim, estaremos prontos para reagir”.

CEF Potirendaba
No Dia Nacional de Luta, também houve mobilização de empregados da agência da Caixa Econômica Federal em Potirendaba. A ação dá sequência às abordagens feitas nas últimas semanas nas cidades de Catanduva, Santa Adélia, Pindorama, Urupês, Santa Ernestina, Novo Horizonte, Ibitinga, Itápolis e Borborema em apoio ao movimento “Mais Empregados Já”.

Também estão sendo apresentadas aos empregados as reivindicações que estão em debate na Campanha Nacional 2015. “Estamos participando ativamente das ações para mobilizar os empregados. Os bancos estão com os lucros nas alturas, mas seguem demitindo. A Caixa precisa de mais empregados”, afirma o dirigente Antônio Júlio Gonçalves Neto, o Tony.

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