CUT critica “autonomia excessiva” do BC e quer criação de metas de emprego

Documento distribuído nesta quarta-feira, dia 12, durante a reunião da direção nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Brasília, critica a “autonomia excessiva do Banco Central”, que no entender da organização sindical “funciona como um freio ao crescimento econômico e à geração de emprego”. A abertura do encontro contou com a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do ex-ministro José Dirceu.

A CUT defende que, além das metas de inflação, a política econômica tenha metas de crescimento e de emprego. De acordo com a central, as consequências esperadas seriam várias, com destaque para a fixação de um objetivo claramente social à política econômica e “um efeito prático, para que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), ao definir a taxa básica de juros (Selic), levasse em conta o equilíbrio de três metas: da inflação, do crescimento e de emprego.

Em sua palestra, Mantega, voltou a destacar a importância das medidas do governo para combater a crise e lembrou que os países que mais vão crescer nos próximos anos são os que integram o grupo conhecido como Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).

No caso do Brasil, o ministro lembrou que o crescimento estimado pela equipe econômica fica entre 5,5% e 6% em 2010. “Há divisão clara entre os países avançados que perderam dinamismo, vão crescer menos e os países emergentes, principalmente os do [Bric], que estarão liderando o crescimento mundial nos próximos anos”.

Mantega lembrou que, de 2010 a 2015, a previsão é que os emergentes serão responsáveis por 70% do crescimento mundial.

O ministro destacou o ciclo de expansão da economia brasileira a partir de 2003, com a média de crescimento de 4,2% até 2008, quando estourou a crise, e a nova fase com estimativa de um PIB (Produto Interno Bruto, a soma de bens e serviços produzidos no país) acima de 5,5% em média.

“Este ano a previsão de crescimento é acima de 5,5%, mas tem gente falando em 6,5% e até 7%. Acho exagerado, mas, de qualquer forma, a economia estará dando uma demonstração de vigor e dinamismo, logo depois de uma crise muito forte”.

Mantega voltou a rebater os críticos do governo que, segundo ele, acreditavam que a economia brasileira só poderia “crescer pouco”, como 3% a 3,5%, para não gerar inflação e outras distorções. Ele disse também que o crescimento mais forte da economia do país não foi por acaso, mas devido à correta aplicação das políticas econômica e social. “É incorreto dizer que este governo continuou a política econômica que já existia”.

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