CUT apresenta chapa única e destaca os desafios do 12º Concut

Coletiva de imprensa sobre o 12º Concut

Em coletiva de imprensa, realizada em sua sede nacional em São Paulo, nesta quinta-feira (1º), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) apresentou sua chapa única do 12º Congresso Nacional da CUT (Concut) e destacou seus principais desafios, que é o de fortalecer a unidade da esquerda brasileira para fazer o enfrentamento a direita, não permitindo o retrocesso, além de lutar pela manutenção e ampliação dos direitos da classe trabalhadora.

Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas – também candidato à reeleição – a tônica agora é preparar o ‘enfrentamento’ contra o conservadorismo e defender a unidade da esquerda. “Estamos vivendo um momento difícil, mas estamos capacitados para fazer a nossa luta e espero que o congresso discuta as saídas para a crise, do ponto de vista dos trabalhadores. A mudança da política econômica, com geração de trabalho e renda. Também vamos falar da não retirada de direitos, e sim da ampliação de direitos. Contra o golpismo, contra o retrocesso, contra a intolerância, pelo desenvolvimento da democracia”, apontou.

A chapa unificada, proposta pela CUT, que será apresentada no congresso, terá 44 integrantes, sendo 22 homens e 22 mulheres, com a paridade de gênero já implementada. Entre os novos nomes, fazem parte da direção executiva as presidentas do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, e do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel.

Segundo Juvandia Moreira a atual conjuntura nacional vem demonstrando muita dificuldade para a classe trabalhadora que tem encontrado barreiras ao negociar com os patrões por uma proposta salarial que garanta a reposição da inflação com aumento real. “A categoria está indignada com a proposta dos bancos e a resposta está sendo dada com protestos em todo o país”, disse.

O presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Felício, destacou que no congresso será feita uma denúncia sobre a ‘inaceitável tentativa de golpe’ em curso no Brasil, que representa um retrocesso para todo o continente e uma derrota política para a esquerda brasileira. Ele mencionou a presença de 232 delegados internacionais, de 71 países, no Concut.

Outras três secretarias fazem parte da novidade da nova chapa, que são a de Mobilização, Cultura e Assuntos Jurídicos.

A chapa única será submetida aos 2.435 delegados do 12º Concut, que será realizado de 13 a 17, em São Paulo. O senador José Mujica, ex-presidente do Uruguai, estará na cerimônia de abertura, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará de debate no segundo dia.

Dia Nacional de Luta

A CUT e outras Centrais Sindicais se mobilizam em todo o País para no próximo dia 3 de outubro realizar o Dia Nacional de Luta em defesa da democracia, da Petrobras e de uma nova política econômica para o Brasil.

Para o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, defender o Brasil significa defender o estado democrático de direito, defender os direitos que os trabalhadores conquistaram ao longo de anos, além de defender também o patrimônio do povo. “No mundo inteiro nenhum país abre mão de petróleo, que é estratégico para o seu desenvolvimento. O Brasil corre o risco de sua grande empresa petrolífera, que descobriu a maior reserva do mundo de petróleo, ser entregue para um capital internacional”, enfatizou Roberto que também lembrou das lutas locais. No Paraná, por exemplo, onde vai estar no dia 3, a luta será em defesa das companhias paranaense de eletricidade e de saneamento. “O governador neoliberal está pretendendo entregar o patrimônio do povo paranaense. Temos que nos mobilizar na defesa do nosso patrimônio”, destacou.

De acordo com Vagner de Freitas a esquerda e a direita estão nas ruas e isso é bom para a democracia. Este é o momento de marcar a nossa posição na conjuntura nacional. “Queremos tomar as ruas do Brasil inteiro em defesa da Petrobras, em defesa da democracia, contra o golpismo, contra a política econômica e pelas reformas de base que sempre propusemos, concluiu.

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