Cresce o número de ataques a bancos no interior paulista, diz jornal

Agência do Itaú atacada em São José do Rio Preto

Agência Bom Dia
Vinícius Marques

O ano começou com uma nova onda de ataque à caixas eletrônicos. Nas cidades pequenas o chão treme com as dinamites usadas nas ações dos bandidos. E o que sobra é pânico e imagens de lugares devastados pela violência.

Pesquisas realizadas pela confederação de vigilantes e Contraf-CUT revelam que o Estado de São Paulo é líder no país de ataques à caixas eletrônicos. Em 2012 foram 492 ocorrências. Nos primeiros seis meses do ano passado o número já chegava a 334, com média de 1,8 ataque por dia, acima de 2012.

E neste ano, ataques seguem em alta. Levantamento feito pelo BOM DIA constatou ao menos 60 ocorrências desse tipo em pouco mais de um mês. Bandidos preferem atuar nas cidades pequenas, mas os ataques ocorrem nas maiores também.

Neste ano já foram registrados casos nas regiões de Sorocaba, Jundiaí (na madrugada de domingo três agências foram para os ares no Centro de Itatiba), Campinas, Bauru, no ABCD, assim como na região de Rio Preto. Só na região de Ribeirão Preto foram 26 ataques.

“Faltam investimentos dos bancos em segurança”, disse o coordenador do Coletivo de Segurança Bancária da Contraf-CUT Ademir Wiederkehr.

Existem cidades onde passa o medo do ataque e ainda fica sem banco. Na pequena Alambari, 4,6 mil moradores, na região de Sorocaba, o ataque destruiu a agência.

“Senti a parede de casa tremer. A gente nunca imagina passar por algo assim. Vou a caixa de outra cidade”, afirma a dona de casa Terezinha de Fátima Fogaça, de 60 anos.

Investimentos aumentaram 62%, diz Febraban
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) rebateu queixa de falta de investimento e informou que de 2002 até 2011 aumentou em 62,4%, salto de R$ 3 bilhões para R$ 8 bilhões.

Quanto aos casos de ataques a caixas eletrônicos, a instituição afirmou que a ação de segurança permitida pela legislação aos estabelecimentos comerciais e bancos é insuficiente, frente à violência empregada. E que é necessário que a polícia combata as causas destes crimes.

“Em primeiro lugar, impedindo que os bandidos tenham acesso fácil a explosivos, como vem acontecendo há três anos. Em segundo lugar, desbaratando as quadrilhas, o que se faz com ações de inteligência. Em terceiro lugar, dificultando o acesso dos bandidos ao produto do crime”.

A Febraban também afirmou que faz parcerias com as polícias Civil, Militar e Federal, junto com Poder Judiciário, para combater os ataques e aprimorar medidas de proteção.

SSP não divulga detalhes
A Secretaria de Segurança Pública não divulga detalhes de ataques à caixas. São incluídos nas estatísticas como “furtos-geral”. O governo também não informou quantos ataques usaram dinamite em 2013.

Governo aposta em prêmio
O governo de Sp informou em nota ao BOM DIA que uma das estratégias para reduzir roubos é dar prêmio a policiais . “Foi implantada a bonificação de até
R$ 8 mil para os policiais que reduzirem a criminalidade”.

Operação pega dinamite
A SSP disse que em 2013 aprendeu 40 toneladas de explosivos no Interior. Afirma ter desarticulado duas quadrilhas e prendido 29 pessoas que foram indiciadas mais de 100 vezes.

O comandante da Polícia Militar de Rio Preto e região, Azor Lopes da Silva Júnior, comentou sobre os crimes de explosões a caixas eletrônicos no estado de São Paulo e sobre a atuação da PM nestes casos.

BOM DIA_ A maioria dos casos registrados pela polícia de ataques a caixas eletrônicos acontece em cidades pequenas. Por quê é assim?
Coronel Azor _ Realmente percebemos que criminosos preferem agir em cidades menores e principalmente durante a madrugada. Nestes locais, o número de policiais é menor e à noite há menos movimento nas ruas. Já vimos casos, por exemplo, que ladrões comunicam falso crime aos policiais da cidade. Assim, ele fazem com o que pequeno contingente se desloque para determinado local enquanto praticam o crime. Além disso, nestas cidades há zonas rurais que podem servir como rota de fuga.

Você acha necessário aumentar policiamento nestes locais?
A Polícia Militar quer estar em todos os locais ao mesmo tempo, mas sabemos que não é possível. O efetivo é bem distribuído, porém nestes casos seria necessário diálogo instantâneo das instituições financeiras com a polícia, para que seja enviado reforço quando necessário e da maneira mais rápida possível

O senhor acha que falta investimento em monitoramento por parte dos bancos?
Sim. A maioria das instituições financeiras não investe em segurança pelo alto custo, apesar de ser a que mais tem dinheiro. Fato que não é inteligente, já que há tecnologia para isso. O que não é certo é tirar dinheiro público para investir em segurança policial de instituições privadas.

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