Contraf-CUT avança no debate de medidas contra discriminação com a Fenaban

Aconteceu nesta quinta-feira, 8, nova rodada de negociação da mesa temática de Igualdade de Oportunidades entre a Contraf-CUT e a Fenaban, em São Paulo. Os trabalhadores apresentaram uma série de propostas baseadas no Plano de Ação dos bancos, trazido à mesa pela Fenaban na última reunião.

A reunião começou com o retorno das empresas sobre a proposta feita pelo movimento sindical de realização de uma campanha conjunta de sensibilização e valorização da ampliação da licença maternidade para 180 dias, com foco na importância do aleitamento materno para a criação de uma geração mais saudável física e emocionalmente. Após a conquista, o movimento sindical detectou que alguns gestores pressionam suas funcionárias pela não opção aos 180 dias. Os bancos acenaram positivamente à proposta e pediram aos bancários um desenho de como poderia se dar esta campanha (conteúdo e formato) para analisarem e darem futuros encaminhamentos.

Em seguida, a representação dos bancários apresentou um conjunto de propostas definidas durante reunião da Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) da Contraf-CUT em consequência da apresentação do Plano de Ações dos bancos para o combate à discriminação, feito na reunião anterior. São elas:

– Participação do movimento sindical nos programa de sensibilização tanto de executivos, como de líderes e de funcionário para os temas da Igualdade de Oportunidades;

– Elaboração de um Plano de Cargos Carreira e Salário com critérios objetivos e transparentes como indicador de evolução de carreira;

– Democratização do acesso às promoções através de editais ou informativos internos;

– Garantia do retorno sem prejuízo para as gestoras em licença maternidade, assim como para outros cargos e funções;

– Ampliação da Licença Paternidade para 6 meses (biológico e adotivo) com base no princípio das relações compartilhadas;

– Que conste da grade de treinamento de líderes e funcionários um módulo sobre a visão do movimento sindical no tema de igualdade de oportunidades;

– Que a orientação sexual conste como indicador para o próximo censo sobre os bancários (Mapa da Diversidade);

– Que o nível superior não seja critério para contratação;

– Que os meios públicos de acesso às vagas (sites, publicações, imprensa, editais) sejam fonte privilegiada de recrutamento de pessoas com base nos indicadores de igualdade.

Os bancos sinalizaram com possibilidade de acordo para a proposta de sensibilização de executivos, abrindo um espaço na mesa para participação dos sindicatos, assim como a introdução da visão do movimento sindical na grade de treinamento de líderes e funcionários.

A inclusão do item orientação sexual para a próxima edição do Mapa da Diversidade foi acatada pelos bancos. A adoção dos meios públicos de acesso às vagas como fonte privilegiada de recrutamento também foi considerada para futuros encaminhamentos.

Para as demais propostas do movimento sindical, os bancos solicitaram maior discussão sobre cada item.

Os negociadores dos bancos informaram sobre as iniciativas já encaminhadas pela Febraban como fruto do debate da mesa temática de Igualdade de Oportunidades, como a utilização da classificação do IBGE para implementação de critérios uniformes de etnia (cor), como necessidade de alinhamento para garantir a comparação entre as instituições.

Além disso, após proposta do movimento sindical de participação na campanha de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescente, através de mensagem em extratos, holerites e terminais eletrônicos, foi tirado um calendário da diversidade com mensagens de valorização para Dia Internacional da mulher, Dia da Consciência Negra, Dia Nacional da Pessoa com Deficiência e Dia da Declaração dos Direitos Humanos. O movimento sindical propôs introduzir o dia Dia de Combate à Violência contra mulher entre as datas lembradas.

Trabalhadores e bancos decidiram marcar uma nova reunião da mesa temática após maior debate interno de cada parte a respeito dos pontos pendentes. “Estamos diante de um grande desafio, pois não dá mais para fazer de conta que as discriminações e preconceitos não existem, e não basta constatar o fato. Temos que somar esforços para alterar este quadro de exclusão, pois este deficit social coloca em risco a democracia”, afirma Deise Recoaro, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT.

Além de Deise, participaram do encontro Juvandia Leite, presidenta do Sindicato de São Paulo, Magna Vinhal, representante da Fetraf MG, Adilma Nunes, do Sindicato do Rio de Janeiro, Iracini Veiga, da Feeb RJ/ES, Jair Sanches, da Fetec PR, Denise Correa, da Fetrafi RS, José Roberto, da Fetec SP, Neiva Maria dos Santos, representando a Fetec/SP, e Ângela Savian, da Feeb SP/MS.

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