Contra o Golpe, Paulo Henrique Amorim defende convocação de eleições diretas

Diante de um cenário de terra devastada, após a famigerada votação do impeachment na Câmara ocorrida no último domingo, o movimento sindical reúne forças para a nova etapa de enfrentamento ao golpe contra a presidente Dilma. Na manhã desta quarta-feira, 20, CUT/RS, FeteeSul e Sinpro/RS promoveram o painel: "Mídia e o estado democrático de direito”, com o jornalista Paulo Henrique Amorim, pautando a delicada situação da democracia brasileira e os possíveis rumos para o imbróglio político gerado pelo processo de impeachment.

Ao longo de sua exposição, o jornalista e blogueiro fez uma avaliação da conjuntura política atual, através do resgate de fragmentos históricos, que constituem a essência do golpe contra a democracia e o Governo Dilma. Amorim também destacou a inércia dos governos petistas em relação às forças articuladoras do golpe, com ênfase para a passividade diante do oligopólio da família Marinho nos meios de comunicação.

Na avaliação do jornalista, o "golpe” já ocorreu e exige uma iniciativa imediata da presidenta Dilma Rousseff. Ele mencionou suas últimas postagens no site www.conversaafiada.com.br, nas quais sugere a necessidade de convocação de eleições diretas, como alternativa para ganhar apoio nas ruas em defesa do estado democrático. "A Globo não vai querer a eleição, mas as ruas podem querer. Os movimentos sociais podem emocionar este país com a campanha por Diretas Já! Já!”, salientou.

Autor do livro recém lançado, 4º Poder: Uma outra história, Paulo Henrique Amorim diz que tanto Lula quanto Dilma tiveram a oportunidade de promover a democratização da comunicação no país, mas não o fizeram por medo de enfrentar a Globo. Segundo ele, os governos populares subestimaram as forças reacionárias do país e o poder da mídia conservadora. "O PT achou que ía sair republicando uma república que não existe. Lula e Dilma deram à Globo um espaço tão amplo, que ela pôde envenenar o país”.

Amorim destaca que as democracias mais fortes da Europa e no resto do mundo possuem meios de comunicação estatais fortes, citando como exemplo a Inglaterra, França, Alemanha e Japão entre outras. "Uma TV estatal forte tem papel de arbitrar os conflitos políticos diante da opinião pública”.

O jornalista também considera equivocado o posicionamento da presidenta Dilma em público, limitado à defesa, sem denunciar a mídia golpista como articuladora do processo de impeachment.

Para Amorim, a tentativa de barrar o golpe contra a presidente no Senado é uma batalha perdida. "A recuperação da democracia deve ocorrer a partir daqueles que devem exercer o primeiro poder, que é o poder do voto”, finalizou.

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