Começam congressos nacionais dos bancários da Caixa e do BB

Na abertura do 33º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef) e do 28º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB), o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten, ressaltou a importância da organização dos bancários para enfrentar a conjuntura de ataque aos direitos da classe trabalhadora e às empresas públicas, especialmente à Caixa, ao Banco do Brasil e aos Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Somos uma categoria extremamente organizada e aguerrida. A primeira que se movimentou depois do golpe ocorrido no ano passado, que, com uma greve de 31, arrancou uma convenção de dois anos já prevendo a dura realidade que íamos enfrentar. Graças aos companheiros da base, que aderiram à mobilização da greve e depois responderam a todos os chamados das centrais sindicais neste ano, isto vai continuar. Vamos mostrar para o Congresso Nacional que a população não os aceita e não quer saber de retirada de direitos, porque direito não se retira, se amplia", disse o presidente da Contraf-CUT.

O presidente da Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira, destacou que os trabalhadores já superaram outros momentos difíceis. “A luta tem de continuar firme. Tenho certeza que a conjuntura atual será superada também", disse Jair, lembrando que a principal pauta do 33º Conecef e do 28º CNFBB é a defesa dos bancos públicos. "Vamos sair desses congressos com uma bela campanha em defesa de democracia desse país, não podemos permitir que o golpe seja consolidado”, afirmou.

O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Wagner Nascimento, também destacou a importância dos congressos para a organização da luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e dos bancos públicos. “Nós precisamos nos organizar em relação ao que vem por ai e para sair em defesa dos bancos públicos. Esse congresso é organizativo. Temos que ter muita unidade na construção da agenda de luta”, disse.

O coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis Siqueira, afirmou que os empregados precisam estar prontos para a batalha que vem pela frente. “Na história de nossa organização, conquistamos a jornada de seis horas, impedimos a privatização, que estava prontinha para acontecer no governo FHC, e, no nosso dia a dia, lutamos contra as más condições de trabalho. Todas nossas conquistas são com muita luta. Não podemos cortar os pulsos por causa das dificuldades que estamos enfrentando. Temos que nos lembrar de nossas lutas e nossas conquistas, nos levantar, aumentar ainda mais nossa organização para resistir a todos esses ataques.”

Dionísio lembrou ainda que as discussões que acontecerão nestes dois dias são importantes não apenas para a categoria, mas para toda a classe trabalhadora e para a sociedade de modo geral. “Precisamos impedir as reformas e o desmonte dos bancos públicos. A solução para sairmos dessa crise está nos bancos públicos. Temos que dialogar com a população e com o empresariado para mostrar a importância dos bancos públicos para o desenvolvimento econômico e social do nosso país”, ressaltou o dirigente.

Para Augusto Vasconcelos, representante da CTB, o momento que estamos vivendo é delicado. “É o maior ataque aos direitos trabalhista de nossa história. Agora, também vemos o ataque às instituições públicas. Não interessa a esse governo que os bancos públicos contribuam para o desenvolvimento de nosso país. É por isso que nesse congresso vamos lançar uma frente em defesa dos bancos públicos”, disse.

Paridade de gênero
A representação paritária de homens e mulheres também foi destacada na abertura dos congressos. “Não é só a paridade de gênero que é histórica, desde a orientação aos sindicatos e federações para que fizessem o debate em suas bases dessa necessidade. Temos de agora fazer valer e ter paridade em todos os pontos desses congressos, desde a coordenação dos grupos”, observou Wagner Nascimento.

A vice-presidenta da Contraf e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, também destacou a importância da paridade de gênero dos congressos. “É muito bom ver nesses congressos a representação paritária. Isso é um avanço no momento que vemos um congresso misógino, que acha que o lugar da mulher é no supermercado fazendo compras. O lugar da mulher é em todo lugar. Precisamos discutir como impedir o desmente das empresas públicas e as reformas trabalhista e da Previdência, mas também precisamos lutar para que a representação das mulheres também seja respeitada pelos bancos nos cargos de direção e na sociedade como um todo”, destacou Juvandia.

União dos trabalhadores
Outro ponto destacado pelos dirigentes durante a abertura dos congressos dos bancários da Caixa e do BB foi a necessidade da unidade dos trabalhadores para enfrentar os ataques aos direitos dos trabalhadores e às empresas públicas promovidos pelo governo Temer. “Só com a mais ampla unidade vamos conseguir defender a classe trabalhadora. É com esse espírito que temos que sair daqui. Ainda mais fortalecidos para continuar na luta contra o governo”, disse Juliana Donato, representante da CSP-Conlutas.

O secretário Geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, concorda com Juliana. Para ele, “em momentos difíceis, como o que estamos passando, quando estão tentando acabar com os bancos públicos, temos que estar fortalecidos para impedir esse desmonte. Vamos construir o país que a gente quer unidos”, afirmou.

Maria do Carmo, da Feeb SP/ MS também destacou a necessidade da união dos trabalhadores e lembrou da privatização das empresas públicas no estado de São Paulo. “Aqui as empresas públicas já foram vendidas, privatizadas. É um exemplo do que querem fazer no restante do Brasil e é uma mostra que a privatização não funciona. Não se cria mais emprego, nem renda, só gera custos para a população”, disse.

Outro que destacou a necessidade de união foi Gilmar Aguirre, da CSD, que falou em nome da Fetrafi/RS. “Já vivenciamos esta agenda nos anos de 1990. Fizemos a unidade e a resistência necessária e superamos. Agora será a mesma coisa. Para isso, temos de lembrar que o inimigo não está aqui dentro, está lá fora. Temos que sair daqui unidos para enfrentá-lo”

A unidade da categoria e da classe trabalhadora também esteve presente na fala de Sergio Farias, da Fetrafi RJ/ES. “Quando começamos a nos organizar tínhamos uma conjuntura ainda mais adversa. Muitas coisas sequer passavam por nossa pauta. Unidos, conseguimos evoluir”, lembrou.

O representante da La Bancaria Sociedad de Empleados de Banco, Sergio Garzon, lembrou que “é na luta que conseguimos nossas conquistas. Aqui, ou na Argentina, para vencermos o bloqueio dos meios de comunicação, levarmos a consciência social e atingimos a classe política, é muito importante nos mantermos unidos”, disse.

Os congressos dos bancários da Caixa e do BB seguem até a tarde de domingo (2). Confira a íntegra da programação.

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