COE Real: Luta pelo emprego é a prioridade dos bancários

(São Paulo) A luta pela proteção ao emprego será a prioridade dos bancários do ABN/Real ao longo deste ano. Em reunião realizada nesta quinta-feira, 28, na sede da Contraf-CUT, os integrantes da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Real definiram as primeiras propostas desta jornada, cuja mobilização será em conjunto com os colegas do Santander, que adquiriu o banco holandês.

“Nossa primeira ação foi encaminhar, por meio da Contraf-CUT, um ofício ao novo presidente do grupo Santander, Fábio Barbosa, solicitando a imediata abertura das negociações sobre a proteção ao emprego. Desde a fusão dos dois bancos, no final do ano passado, o único que garantiu seu emprego foi o próprio Barbosa, que deixou o comando do Real e assumiu o Santander. Nossa categoria conhece muito bem os efeitos das fusões e aquisições e não vamos mais admitir o fechamento de postos de trabalho em empresas lucrativas como são esses dois bancos”, afirma Marcelo Gonçalves, coordenador da COE do Real.

Outro passo importante da campanha dos bancários do Real e Santander pela manutenção dos empregos é a retomada das ações sindicais em Brasília. No ano passado, a Contraf-CUT e os sindicatos realizaram uma série de atividades na capital federal, inclusive com um corpo-a-corpo com políticos e autoridades, o que garantiu vários apoios neste luta.

Para Deise Recoaro, diretora da Contraf-CUT e funcionária do Real, a pressão em Brasília precisa aumentar, principalmente para garantir a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). No mês passado, o presidente Lula enviou a Convenção ao Congresso Nacional para ser homologada. A conquista é fruto da Marcha Nacional da Classe Trabalhadora, realizada pelas centrais sindicais em dezembro passado, além da pressão exercida pelas atividades das COEs do Real e Santander em Brasília.

“A Convenção 158 da OIT é de extrema importância para nós, bancários, principalmente após a fusão do ABN e do Santander. Ela proíbe as dispensas imotivadas em empresas lucrativas, como são os bancos, e será uma grande arma para nós nesta luta em proteção ao emprego. Precisamos envolver todos os bancários em torno deste debate e pressionar o Congresso para garantirmos a ratificação da 158. Ao contrário do que diz a imprensa, que é formada por empresários e seus interesses, a 158 é fundamental para os trabalhadores”, diz Deise.

Para organizar a luta, a Contraf vai realizar um seminário em conjunto com as COEs do Real e Santander sobre fusões e aquisições entre os bancos do Brasil.

Reivindicações específicas
Além da proteção ao emprego, a COE debateu uma série de reivindicações específicas dos bancários do ABN/Real que já foi apresentada há muito tempo para o banco. “As negociações da mesa permanente ficaram paradas por causa do processo de fusão da empresa. Mas agora queremos retomar imediatamente os debates para solucionar os problemas, como a pressão por metas, a falta de saúde e de condições de trabalho e os salários que estão defasados”, diz Marcelo Gonçalves.

Durante a reunião da COE, sindicalistas do país inteiro relataram os problemas que os bancários enfrentam no dia-a-dia. Um deles chamou a atenção por ser comum em todos os locais de trabalho: a extrapolação da jornada sem o devido pagamento das horas-extras. “Isso mostra que faltam funcionários nas agências e departamentos do banco, ou seja, não há porque demitir”, comenta Deise.

Outra questão na pauta específica dos bancários do ABN é sobre o fundo de pensão dos funcionários do antigo Bandepe, adquirido pelo banco holandês. As contribuições patronais foram suspensas de forma unilateral em agosto de 2006 e, desde então, os bancários tentam retomar as negociações com o banco.

Fonte: Contraf-CUT

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