CARTA ABERTA: Em defesa da CUT, contra a divisão!

A Direção Nacional da CUT, reunida em 6 e 7 de dezembro, resolveu dirigir-se a todos os trabalhadores e trabalhadoras cutistas, aos dirigentes e a militância de nossos sindicatos, federações e confederações.

Hoje a CUT, principal conquista dos trabalhadores brasileiros no terreno da organização sindical e que completará 25 anos em 2008, está sendo atacada por políticas divisionistas. Às propostas de desfiliação da CUT, implementadas pela Conlutas e Intersindical, veio agora juntar-se a decisão de dirigentes da Corrente Sindical Classista (CSC) de criar em 12 de dezembro a Central dos Trabalhadores Brasileiros (CTB).

Estes ataques ocorrem justamente quando, ao longo de 2007, a CUT desenvolveu mobilizações e campanhas como a luta contra a Emenda 3 e o PLP 01, contra as Fundações Estatais de Direito Privado, em defesa do Direito Irrestrito de Greve, em apoio à Reforma Agrária, contra qualquer reforma da Previdência que reduza direitos para as atuais ou futuras gerações. Essas bandeiras e reivindicações estiveram presentes nas jornadas nacionais de 10 e 23 de abril, de 23 de maio, 4 de julho, tiveram um ponto alto na mobilização nacional de mais de 20 mil cutistas em Brasília em 15 de agosto e concluíram agora com a Marcha das Centrais de 5 de dezembro.

A CUT participou do Plebiscito Popular pela Anulação do Leilão da Vale do Rio Doce, recolhendo mais de 900 mil votos sobre um total de 3,7 milhões. Em conjunto com a Coordenação de Movimentos Sociais (CMS), a nossa Central participou de mobilizações contra os Leilões das Bacias de Petróleo, questionou a política de concessões de radio e TV, esteve presente em cada luta importante em defesa da construção de um Brasil livre e soberano.

Várias greves nacionais, atos e paralisações em estados e municípios mostraram a vitalidade da CUT. Dois pontos comuns estavam presentes em todas elas: a luta pela ampliação ou defesa de direitos da classe trabalhadora e a presença da bandeira vermelha e tremulante da Central Única dos Trabalhadores.

Os argumentos dos divisionistas são desmentidos pela realidade. Quando dirigentes da CSC diziam que não há mais diferença entre as Centrais Sindicais, na verdade querem passar a falsa idéia que a unidade não se faz mais numa central sindical independente dos patrões e governos, tal como a CUT tem sido construída há 25 anos, mas sim numa “coordenação de centrais”, onde a “nova” CTB teria assento. Nada mais anti-democrático e cupulista que o “consenso” entre dirigentes, sem a efetiva participação democrática das bases. Esta via tem que ser recusada!

O momento exige o combate de todas e todos cutistas contra as propostas de desfiliação de entidades de nossa central. Temos razões de sobra para defender a CUT, para defender a sua concepção sindical, expressa em seus Estatutos, de defesa da Liberdade e Autonomia Sindical, de luta contra a “unicidade” imposta pela Estado e o imposto sindical, de um sindicalismo comprometido com a luta por uma sociedade sem explorados e exploradores e baseado no respeito à diversidade de idéias, na democracia sindical e em uma profunda aliança estratégica com os movimentos sociais do Brasil e da América Latina.

A tarefa de defender a CUT contra a divisão, é de todos os cutistas, independentemente de corrente de opinião, pois é a defesa de uma conquista e patrimônio de toda a classe trabalhadora. Devemos exigir que qualquer proposta de desfiliação seja discutida amplamente com a base do sindicato. Não deve haver uma só assembléia onde se proponha a desfiliação da CUT que não tenha a presença da nossa combativa militância em defesa de nossa central.

É dessa forma que preparemos a próxima Plenária Nacional da CUT (27 a 30 de maio de 2008), reafirmando os princípios e compromissos de nossa Central, participando ativamente das lutas sindicais e populares, preservando a independência e autonomia da Central diante de patrões, governos e partidos, para que ela continue a ser esta fundamental ferramenta de luta da classe trabalhadora brasileira.

Direção Nacional da CUT

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