BC e Tesouro intervêm no mercado para conter alta do dólar e dos juros

Mesmo após duas intervenções do Banco Central, o dólar voltou a subir ontem, pelo terceiro dia seguido, A moeda americana fechou cotada a R$ 2,177, alta de 0,23%, Esse é o maior patamar desde 30 de abril de 2009,

A forte pressão do dólar também levou a um aumento de pessimismo em relação à inflação, Com isso, os investidores elevaram suas apostas na alta da taxa básica de juros (Selic),nos contratos negociados na BMF&Bovespa.

O balanço dos negócios na Bolsa mostra que os investidores apostam, em sua maioria, numa alta de 0,75 ponto porcentual na taxa de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 9 de julho os juros, segundo as apostas na BM&FBovespa, devem chegar a 10,25% ao ano. Hoje, a Selic está em 8,0% ao ano.

A forte oscilação no valor negociado dos títulos da dívida pública também levou o Tesouro Nacional a fazer uma intervenção no mercado (leia mais abaixo). Mas, mesmo com a intervenção do Tesouro, o mercado continuou nervoso, com vendas de títulos da dívida pública e alta das taxas de juros no mercado futuro.

Para o ex-secretário do Tesouro Nacional e economista-chefe do banco Safra, Carlos Kawall, a atuação do Tesouro é correta. O Tesouro entra para estancar a volatilidade no mercado de juros, sob pena de perder seu cliente (o investidor), afirmou. Mas, disse Kawall, a medida não resolve o problema fundamental, de desconfiança em relação à credibilidade da política fiscal.

“Mesmo com o rebaixamento da perspectiva de rating (classificação de risco) pela Standard & Poor”s, ainda não houve uma sinalização clara sobre a reomada das metas fiscais de forma clara e transparente”, afirmou Kawall

Dólar

As duas atuações do Banco Central durante a manhã, por meio de operações equivalentes à venda de dólares no mercado futuro (swap cambial), não foram suficientes para conter a cotação da moeda americana, A alta do dólar foi atribuída a três fatores, a expectativa dos investidores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) retire estímulos e reduza os dólares no mercado as preocupações com a economia brasileira; e a busca por operações no mercado financeíro (hedge) para se proteger de futuras altas do dólar.

Profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, disseram que, com o recente avanço do dólar e as preocupações com a inflação, as empresas aumentaram a procura por hedge, por meio da moeda estrangeira no mercado futuro, “Parece ter ficado uma impressão de que o BC está satisfeito com o atual patamar de R$ 2,10 a R$ 2,15. Mas, existe a impressão de que o dólar pode subir mais, por causa do Fed, então as empresas se protegem”, disse Sidney Mehme, sócio da NGO Corretora.

Intervenções

O problema, segundo operadores de câmbio, é que as empresas querem se proteger, mas ninguém quer se arriscar a vender dólares. Por isso, o BC entrou no mercado, por meio de dois leilões.

A injecão total de recursos no merca: do futuro somou cerca de US$ 4,5 bilhões. No primeiro leilão, o BC ofertou e vendeu 60 mil contratos (cerca de US$ 3 bilhões), Na segunda atuação, o BC ofereceu 40 mil contratos, no valor de US$ 2 bilhões, mas vendeu 30 mil contratos, cerca de US$ 1,5 bilhão.

Com as intervenções, o BC conseguiu manter o dólar em baixa durante boa pane da sessão de negócios. Mas a pressão do mercado externo, com a alta generalizada do dólar, levou a uma alta gradativa da cotação, até fechar o dia em 2,177.

“O BC não quer ver o dólar muita acima de R$ 2,15, mas a economia mundial toda luta contra eledisse o economista-chefe da Gradual” ínvestimentos, André Perfeito, ressaltam do que o fortalecimento do dólar aumenta a pressão infladonária./com reuters

Por trás da alta

A alta do dólar foi atribuída a três fatores expectativa dos investidores de que o Fed retire os estímulos, preocupaçao com a economia e busca por hedge para se proteger de futuras altas.

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