BB rejeita reivindicações e funcionalismo se mobiliza para a greve

A direção do Banco do Brasil rejeitou, na rodada de negociação realizada nesta sexta-feira 6, em São Paulo, praticamente todas as reivindicações apresentadas pela Comissão de Empresa dos funcionários do Banco do Brasil da Contraf-CUT (CE BB)para acabar com as péssimas condições de trabalho nas dependências. Diante da intransigência do banco, a Comissão de Empresa decidiu intensificar a mobilização em todo o país, com vistas à preparação de uma greve nacional no fim de junho.

Os dirigentes sindicais cobraram do banco a volta do pagamento das substituições, a convocação dos aprovados no concurso de 2006, mais contratações, o fim do projeto de extinção dos caixa-executivos e o fim do assédio moral e das metas abusivas, entre outras reivindicações da campanha Acorda BB – Banco para o Brasil.

“Lembramos que no aniversário dos 200 anos a direção do banco não convidou os funcionários para a festa. Para nós, apenas a obrigatoriedade de cumprir metas para garantir o lucro e os recursos para os convidados”, critica Marcel Barros, coordenador nacional da Comissão de Empresa.

Pagamento das substituições

Esse foi um dos temas mais debatidos na rodada de negociação. Para o banco, a questão é pétrea e “trata-se de mudança de cultura”. A empresa nega-se a admitir que o desvio de função está ocorrendo de forma generalizada, caracterizando gestão temerária pelo passivo trabalhista que essa atitude está acarretando.

“Mais uma vez o banco recusa-se a admitir que cometeu um grande erro ao instituir a lateralidade, que criou um vazio gerencial nas agências e afetou a produtividade”, diz Eduardo Araújo, representante da Fetec-Centro Norte na Comissão de Empresa.

Hora extra

A Comissão de Empresa mostrou documentos do banco orientando proibindo a realização de hora extra, sob alegação de “falta de dotação orçamentária”. Isso está provocando diversas fraudes no ponto eletrônico, uma vez que a falta de funcionários obriga a sobre-jornada sem a devida remuneração.

O banco diz estar concluindo levantamento para identificar onde há problemas. No entanto, não aponta perspectiva de solução.

Contratação de concursados

O banco anunciou a convocação de 300 concursados em Brasília. A Comissão de Empresa solicitou que o mesmo critério seja utilizado para São Paulo, onde o concurso de 2006 vence dentro de algumas semanas.

Foi argumentado que o fato de ser necessário a realização de horas extras, caracteriza a necessidade de mais funcionários para atender a demanda de serviços.

Metas abusivas e assédio

A determinação do banco em se manter como o líder do ranking no ano em que comemora seus 200 anos tem levado a uma série de ações que convergem para metas irreais e abusivas, e a pressão vai descendo na escala de comando, desembocando no assédio nos locais de trabalho. “Isso somado à falta de funcionários temos o elemento explosivo das péssimas condições de trabalho na grande maioria dos locais”, avalia Ana Paula Domeniconi, representante da Fetec-SP na Comissão de Empresa.

PCCS

A Comissão de Empresa reivindicou a necessidade de reabertura dessa discussão, não apenas pelos problemas que já existem no BB, mas também pelo fato de as incorporações criarem novas distorções. Novamente, os representantes do banco disseram não cogitar discutir o assunto, mostrando totalmente insensibilidade a um problema que cresce a cada dia.

Vale-transporte

O banco continua descumprindo a lei, mesmo já tendo sido derrotado em ações jurídicas em vários Estados. A afirmação dos negociadores é que o jurídico do BB alega que a empresa está cumprindo a lei.

Incorporação do Besc

A Comissão de Empresa, junto com representantes dos bancários do Besc, cobrou resposta para as reivindicações do documento entregue dia 21 de fevereiro.

O BB disse que estudos sobre a incorporação ainda não estão concluídos e não é possível discutir nada ainda. Ficou definida reunião específica sobre o assunto no final do mês em Florianópolis.

“Com essa postura o banco frustra as expectativa dos trabalhadores do Besc e mantém o clima de insegurança em relação ao futuro”, diz Milano, funcionário do Besc representante da Fetec-SC na Comissão de Empresa.

Intensificar a mobilização

Diante da postura irredutível do BB, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro orienta os sindicatos a intensificarem a mobilização e paralisações dentro da campanha Acorda BB – Banco para o Brasil. Novas orientações serão repassadas durante a semana.

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